É triste o que fazemos da nossa curiosidade, que poderia ser canalizada para descobertas tão mais interessantes. E tão mais produtivas. E tão mais úteis aos vivos.
sexta-feira, 31 de agosto de 2007
10 anos
É triste o que fazemos da nossa curiosidade, que poderia ser canalizada para descobertas tão mais interessantes. E tão mais produtivas. E tão mais úteis aos vivos.
Posted by ana v. at 23:45 0 comments
Labels: reflexões
Bicicletas II
eu vou pelos caminhos.
Pedalo nas palavras atravesso as cidades
bato às portas das casas e vêm homens espantados
Eu não sou o João que foi à Índia
eu vou pelos caminhos.
E vêm homens perguntar se houve milagre
perguntam pela chuva que já tarda
perguntam pelos filhos que foram à guerra
perguntam pelo sol perguntam pela vida
e vêm homens espantados às janelas
ouvir o meu recado ouvir a minha canção. Porque eu trago notícias de todos os filhos
eu trago a chuva e o sol e a promessa dos trigos
e um cesto carregado de vindima
eu trago a vida na minha bicicleta de recados
atravessando a madrugada dos poemas. (Manuel Alegre)
Ennio Morricone - Il Postino |
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Labels: bicicletas
Modernidade
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quinta-feira, 30 de agosto de 2007
Lohengrin
Melodia infinita
Haikai mais-que-perfeito
Lírico anil de violinos, flautas
e auroras boreais
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Limpeza geral
Uma sugestão: Já que pegou na vassoura com tanta genica, senhor Presidente da Câmara, que tal começar por limpar a casa? Parece que está infestada de parasitas, instalados e de casa posta em tudo quanto é frincha, há tempo de mais. É que, se os deixa estar, com este calor reproduzem-se que é um caso sério. Uma desinfestaçãozinha era boa ideia.
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Diálogo de surdos
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Fácil, fácil
Viu como é fácil? Agora experimente com o seu carro.
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quarta-feira, 29 de agosto de 2007
Vende-se uma ilha
" Si la comprara un catalan y funda la republica de catalunya?"
Lembrei-me de que talvez José Saramago, vizinho ilustre, queira comprá-la para fazer dela a capital da Ibéria...
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terça-feira, 28 de agosto de 2007
Fogo do Inferno?
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Labels: reflexões
Lua - 1, Marte - 0
Em boa verdade, a segunda lua prometida não era bem uma lua, era Marte. O que tornaria tudo ainda mais interessante: os dois símbolos do feminino e do masculino, reinando nos céus em uníssono e em plena igualdade. Mas nada feito. Os homens não querem nada com mistérios, e por isso Marte não se dignou aparecer. A noite de lua cheia - essa mágica noite que só nós, mulheres, entendemos - continua feminina. Como sempre.
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segunda-feira, 27 de agosto de 2007
Triplos parabéns
Foi das poucas vezes em que vi as televisões darem tanto tempo de antena (em horário nobre, entenda-se) a outro desporto que não seja o futebol. É preciso que os nossos atletas conquistem medalhas de ouro internacionais para terem direito à atenção dos telejornais. Em contrapartida, qualquer arranhão em joelho de futebolista pode dar horas de polémica em todos os canais...
Nota: Nelson Évora tem as suas raízes em Cabo Verde. Será da família de Cesárea Évora?
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Carimbo para reencarnar
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Labels: absurdos
domingo, 26 de agosto de 2007
Pérolas na Blogosfera V
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Labels: pérolas na blogosfera
Um pensamento para domingo
Não sei quem disse isto, mas sei que disse muito bem:
Quem fala assim merece todos os direitos.
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sábado, 25 de agosto de 2007
Brincadeiras perigosas
Quanto à primeira premissa - o que se tem passado na Palestina - dou-lhe toda a razão. Mas isso não justifica outros abusos, nem que se incentive "crianças" a "brincar" com coisas sérias, como o respeito pela propriedade e pela lei. É um mau princípio chamar brincadeira a um acto de puro vandalismo, seja ele em Portugal, em Londres ou na Palestina, seja num hectare de milho ou num país inteiro. São brincadeiras perigosas, sempre.
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Prado Coelho
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Filiações
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sexta-feira, 24 de agosto de 2007
Para que serve uma bicicleta?
Recebi, de um amigo, esta provocação com uma explicação possível para essa queda por bicicletas (neste caso, mais por selins), sugerindo que afinal é comum ao género feminino. Será?
Anyway, não são bem estas as minhas razões. Mas nunca resisto ao humor.
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Mutações
Não tenho nada contra os «organismos geneticamente modificados». Eu próprio gostava de ter um.
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quinta-feira, 23 de agosto de 2007
5.000. Quem diria?
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Labels: celebrações
O estranho mundo dos Pimbas
A Débora Silvana (!), filha do consagrado pimba Nel Monteiro, é uma criatura transgénica: tem 18 anos mas parece ter 5, usa extensões e nuances nos cabelos que lhe chegam aos joelhos, adora pulseiras "de mulher", "faz coreografias" e quer ser cantora quando for grande (mas ela já tem 18 anos, está à espera de quê?). É pena que tenha esse sonho, porque é de uma desafinação confrangedora. Sai ao pai. Mas se a profecia se cumprir, aos 81 ainda a teremos por cá, sobre um palco. Valha-nos Deus. Verdes eufémios, onde andam vocês? Não querem fazer-nos a caridade de acabar com esta desgraça?
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Labels: imperdíveis
Bicicletas I
Vá-se lá saber porquê, gosto de bicicletas. Já por aqui passaram nove milhões delas duma vez só, vindas de Pequim. Hoje, apenas uma. Mas hão-de entrar muitas mais por esta Porta do Vento, para fazer uma colecção que começa agora. Com esta, original e comestível:
Bicycle Song.mp3
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Labels: bicicletas
quarta-feira, 22 de agosto de 2007
Memória
(José Carlos Barros)
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terça-feira, 21 de agosto de 2007
Eufémia transgénica
Não há muito mais a dizer sobre este assunto, no mundo da blogosfera. Muitos têm tratado o tema à exaustão, de forma séria, com opiniões sustentadas sobre factos comprovados. Não tenho a pretensão, portanto, de acrescentar muito ao que já foi dito, redito e visto de todos os prismas. Sugiro a leitura desta notável recolha feita pelo Afonso Reis Cabral, no Janelar, a quem ainda não saiba toda a história. E limito-me a fazer uma brevíssima reflexão: mais de 30 anos após o 25 de Abril - 33 anos de democracia plena (ainda que bamba e imatura, às vezes) - constato esta coisa extraordinária: que ainda não nos livrámos de um terrível complexo de esquerda que nos acompanha desde esses inflamados anos da revolução.
Ficamos paralisados perante um acto de puro terrorismo e não conseguimos condená-lo inequivocamente, porque no nosso espírito pairam ainda as Catarinas Eufémias, mártires desses tempos idos. Aliás, não foi por acaso que este pretenso "movimento" recebeu o nome de Verde Eufémia. Como se fosse a mesma coisa, agora. Como se um grupelho de meninos urbanos em férias, não identificados e de cara tapada, fosse comparável aos trabalhadores rurais de então, mouros de trabalho e muitas vezes humilhados, que exigiam uma vida mais digna, embora claramente manipulados por uma máquina partidária implacável e bem afinada que se encarregava de manter ao rubro o ódio aos patrões, antes latente.
Não, ainda não nos livrámos desse complexo de esquerda. Do medo de sermos apelidados de fascistas ou de sermos conotados com uma direita saudosista, só porque nos insurgimos contra a selvajaria explícita e gratuita. Contra a justiça feita pelas próprias mãos, num estado de direito. Esquecemo-nos de que o agricultor cuja seara foi destruida não é um latifundiário ricaço e arrogante, mas um homem de trabalho. De muito trabalho e de muito esforço e de muita luta, como só quem ainda teima em fazer agricultura neste país é capaz. Ao pobre homem não bastavam os imponderáveis de um clima em permanente mutação e a concorrência de uma comunidade europeia onde todos os outros são mais poderosos do que ele. Não. Tinha que levar ainda com um bando de verdes eufémios a brincar aos ceifeiros, para inglês ver. Ou para Bloco ver. Não é justo. Podiam antes ter ido queimar os carros dos paizinhos, que também poluem e também fazem mal à saúde. Mas isso já não tinha graça. Os transgénicos é que estão a dar. Uma pergunta: Não estará esta Eufémia, assim verde e reencarnada 30 anos depois, também ela geneticamente modificada?
Posted by ana v. at 23:53 2 comments
Cantos de Cisnes
Mas Elton John é um caso diferente: as melodias calmas e o registo intimista dos seus espectáculos - um homem e um piano, quase sempre - permitem-lhe uma vida mais longa sobre os palcos, se assim o quiser. Eu, pelo menos, gostava muito que ele não se calasse ainda. E muito boa gente estará comigo neste desejo.
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Labels: espectáculos, música
A bem da decência
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segunda-feira, 20 de agosto de 2007
Aplauso
Mas, de vez em quando, uma dessas notícias vem dizer-nos que nem tudo é mau, que ainda há pessoas que não só não se deixam corromper como pensam, em primeiro lugar, no bem comum.
Foi o caso dos administradores do Hospital Pedro Hispano, de Matosinhos. A notícia é de ontem, e fez-me ir para a cama com mais fé na humanidade: tendo visto negado o pedido para uma verba que lhes permitisse comprar equipamento importante para o Hospital, os administradores do Pedro Hispano prescindiram de uma outra verba, essa aprovada, para compra de novos carros para si próprios. Em vez disso, usaram esse dinheiro para comprar o tal equipamento em falta, que permitirá ao Hospital atender melhor os seus utentes e classificar-se como uma unidade mais moderna e eficiente.
O meu aplauso a estes administradores, e espero que este exemplo incentive muitos outros a dar, como eles o fizeram, uma lição de carácter a todos os que usam o poder para a promoção pessoal. Ainda que o façam de uma forma autorizada e perfeitamente legal.
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Latim
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domingo, 19 de agosto de 2007
Pelo Ambiente
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The woman in red
Um quadro e suas versões ao passado
— Apenas uma foto de currículo, senhor. O vento. Quem sabe, algum retrato que vazou do cesto — disse a auxiliar das pastas.
O vento. Isto mesmo! O que fazem as empresas com os currículos que lhes chegam aos montes? Afinal, não se sabe de alguém que tenha tomado currículo de volta. As cartas, as fotos, sim. Mas não era uma foto. Nem carta. Um quadro, com aparência de coisa fina: oil on canvas — e, no verso, ilegíveis os nomes, do quadro e do autor.
— Não é fotografia! — disse Teófilo.
A secretária deu o dito pelo não dito. Bem que o assunto poderia ter morrido ali mesmo. Contam que Teófilo pegou a gravura e, cuidadosamente guardou-a. Contam que ele, todos os dias, colocava-a sobre uma mesa imensa, de tampo de vidro, e botava-lhe lupa. Examinava-a repetidamente. Quando entendia que o tamanho estava bom, retocava-a em vermelhos, tudo a partir de um lápis de cor, desses de marcar CD's, que ele antes utilizava para avivar os rótulos do estabelecimento. Pior, mal chegava um freguês, lá estava ele a indagar se conhecia aquela jovem. Muitos, de tão repetidos os interrogatórios, antecipavam-se e, antes mesmo de regatear preços, esclareciam que não.
— Bem que o amigo poderia tê-la visto na quermesse... não?!
Na quermesse! Como se as jovens de hoje fossem à quermesse. Não; ninguém sabia. Não fora encontrada. Outros garantem que o retrato nada teria de misterioso e muito menos a ver com um suposto vendaval, mesmo porque o vento, ali, as janelas fechadas, seria nenhum.
Teria sido assim, de uma outra versão: Teófilo, um dia restaurou um sonho e rascunhou-o no ar. Aliás, “riscou-o” em cima da perna, mal acordara. Correu com toda pressa para o estabelecimento, botou o sonho em papel e remeteu-o, mediante gorda retribuição, a uma sociedade de pintores. Até abriu concurso. Deu instruções, assim e assado. Quando chegou o quadro, um amigo objetou que não havia, naquela pintura, nenhuma referência sobre a parte de baixo. Realmente, olhando-o, não dá para garantir que a jovem tenha algo abaixo cintura. «Claro que deve ter!», dizia ele ao amigo. Realmente, não existe pessoa só do peito para cima. E o resto? Como haveria de ser o resto?
Contam que Teófilo, do alto de suas muitas exigências, não teria reclamado da equipe de pintores, mesmo porque as indicações do sonho a nada mais abrangiam que as partes superiores, tal como está. Dizem que Teófilo padecia do medo pânico de exigir algo a mais, digamos, um novo quadro, de corpo inteiro, pois lhe assaltava o terror de jamais “encontrá-la” se acaso aparecesse nesse novo formato, dos pés à cabeça. Afinal, no sonho, era-lhe somente aquela parte, a de cima. Mostrava-se ela também de lado, mas nem tanto. Sim, a outra manga da blusa, onde estaria a outra manga? Não dá para ver — os cabelos são-lhe longos e espessos. Muito estranho, não?!
Até que um belo dia, um caixeiro viajante deu notícia de um pintor, um certo Allan R. Banks, norte-americano, nascido em 1948. O quadro? Justo aquele da gravura: Hanna. Nada a ver, portanto, com o sonho, aliás, com o pesadelo de Teófilo. O problema é que ninguém acreditou.
Leitor, por obséquio, não me pergunte sobre desfecho. Isto pertence ao passado, algo totalmente inacessível até mesmo aos senhores historiadores. De fato, se dois historiadores se encontram, igual aos críticos de Literatura, desentendem-se imediatamente. O que, pois, dizer dos muitos boateiros que balanceavam dia e noite a vida de Teófilo e seu quadro misterioso?! Sobre o futuro, não! Isto é assunto calmo, o futuro. Todos nós sabemo-lo. Experimente colocar qualquer pergunta no modo “acontecerá”, e a resposta será imediata. Por isto mesmo é que os feiticeiros e adivinhos estão todos desempregados. Inclusive Teófilo.
(Soares Feitosa, in Jornal de Poesia) Nota: Porque alguém disse que esta woman in red se parece comigo, mas sobretudo porque este conto do meu amigo Feitosa é muito bom, aqui fica a homenagem ao incansável mentor do Jornal de Poesia)
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Labels: pintura, Short stories
Evolução
Ou seja, parece que a aparência (aparentemente (!)) deixou mesmo de ser uma questão central, e a sua importância raramente ultrapassa as primeiras impressões. Longe vão os tempos em que as mulheres suspiravam por uma virilidade explícita e incontestável, feita de estereótipos ancestrais que envolviam o poder e as proezas físicas. Mas também depressa se esgotou a novidade dos dúbios conceitos de metrosexualidade, surgidos recentemente. Por outro lado, a absoluta hegemonia da beleza também já passou à história, nas prioridades dos homens.
Resumindo, ninguém quer narcisos fúteis, gente centrada em si própria e alheia ao mundo que a rodeia. Ninguém já quer Barbies ou Kens. A humanidade sempre vai evoluindo, afinal de contas.
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sábado, 18 de agosto de 2007
Impostos
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quinta-feira, 16 de agosto de 2007
Azares
No Bangladesh e na Coreia do Norte, as inundações estão a fazer centenas de milhares de desalojados. As chuvas de Verão dos últimos dias destruíram pelo menos 800 edifícios públicos, 540 pontes, linhas de caminho-de-ferro e milhares de hectares de campos de cultivo. A fome e as epidemias alastram.
Mal cheguei à garagem, lembrei-me de que tinha deixado as chaves do carro no 4º andar. Bolas, porque é que sou tão distraída? É raro o dia em que não tenho de voltar para trás, por uma razão qualquer: as chaves, o telefone, um papel importante, qualquer coisa que me atrase e me faça sentir estúpida logo de manhã. Voltei ao elevador, em sentido contrário. A rogar pragas a mim mesma. O sismo no Peru é o maior dos últimos 50 anos: já provocou mais de 500 mortos e espalhou o caos em cidades como Pisco, uma das mais atingidas, onde as ruas estão pejadas de cadáveres.
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Labels: reflexões, Short stories, televisão
Ainda os heterónimos
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quarta-feira, 15 de agosto de 2007
Pérolas na Blogosfera IV
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Labels: pérolas na blogosfera
That's What Friends Are For
Uma relíquia, mas sempre actual.
Os amigos são o nosso bem mais precioso. Alguém duvida?
Ninguém o disse tão bem, talvez, como o velho Vinicius. Se não acreditam, leiam isto:
Procura-se um Amigo. Não precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimentos, basta ter coração. Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir. Tem que gostar de poesia, de madrugada, de pássaros, de sol, da lua, do canto, dos ventos e das canções da brisa. Deve ter amor, um grande amor, ou então sentir falta de não ter esse amor. Deve amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam consigo. Deve guardar segredo sem se sacrificar. Não é preciso que seja de primeira mão, nem é imprescindível que seja de segunda mão. Pode já ter sido enganado, pois todos os amigos são enganados. Não é preciso que seja puro, nem que seja todo impuro, mas não deve ser vulgar. Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e, no caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo que isso deixa. Tem que ter ressonâncias humanas, seu principal objetivo deve ser o de amigo. Deve sentir pena das pessoas tristes e compreender o imenso vazio dos solitários. Deve gostar de crianças e lastimar as que não puderam nascer. Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova, quando chamado de amigo. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grandes chuvas e das recordações de infância. Precisa-se de um amigo para não se enlouquecer, para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade. Deve gostar de ruas desertas, de poças de água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim. Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo. Precisa-se de um amigo para se parar de chorar. Para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas. Que nos bata nos ombros sorrindo ou chorando, mas que nos chame de amigo, para ter-se a consciência de que ainda se vive.
(Vinícius de Moraes)
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terça-feira, 14 de agosto de 2007
Hable con ella
(Como rebuçados extra, o filme dá-nos ainda as fantásticas coreografias de Pina Bausch e uma banda sonora de 5 estrelas, de Alberto Iglesias)
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segunda-feira, 13 de agosto de 2007
domingo, 12 de agosto de 2007
Há dias assim
Hoje de Manhã
(Alberto Caeiro)
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sábado, 11 de agosto de 2007
Noite da Lusofonia
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sexta-feira, 10 de agosto de 2007
A arte da fuga
De tanto ouvir Bach, acabou por especializar-se na arte da fuga.
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Cinecittà em chamas
Há qualquer coisa de muito tenebroso que paira sobre o cinema, neste verão de 2007. Primeiro, a morte de dois dos mais aclamados realizadores de sempre - Bergman e Antonioni - em menos de 24 horas; e agora, simbolicamente, a morte pelo fogo de material precioso para a memória da 7ª Arte. Um grande incêndio assolou a Cinecittà na noite passada, evocando inevitavelmente um outro incêndio em Roma - o de Nero, o imperador louco. A notícia diz-nos que não houve vítimas, desta vez. Mas houve, sim. Talvez não humanas, e ainda bem, mas de um género que não podemos ignorar: alguns cenários e material histórico (entre outros, precisamente os da série "Roma", que estava ainda em gravações), guardados nos armazéns que arderam, desapareceram para sempre. O espírito de Nero, reencarnado em cabos eléctricos? Dá que pensar.
(A construção dos cenários para o filme Cleópatra - o antigo Egipto na Cinecittà)
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Loiras
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quinta-feira, 9 de agosto de 2007
Equador
Para mal ou bem dos meus pecados, sou descendente de uma família de roceiros em São Tomé: os donos da “Boa Entrada”. Por sinal, felizmente!, os mais poupados no livro Equador, do Miguel Sousa Tavares. A roça fica na parte baixa da ilha, bem perto da capital. Nunca lá fui, mas diz quem a conheceu que era de uma beleza arrasadora. Como, aliás, toda a ilha.
Posted by ana v. at 18:00 12 comments
Labels: curiosidades, família
O regresso do comendador metralha
Desta vez, Berardo exige demissões estratégicas e faz, publicamente, insinuações sobre as reais intenções dos "grandes" do BCP. Ou melhor: as de Jardim Gonçalves, o maior dos "grandes" e seu principal rival na batalha sobre o rumo futuro do maior banco português. E Jardim Gonçalves, que até agora tinha ignorado olimpicamente este militante roedor dos seus calcanhares, perdeu a paciência e ameaçou processá-lo.
Não percebo nada do assunto, nem quero. Mas acho que há limites para a impunidade, e que quem vive a lançar estas atoardas tem que saber enfrentar as consequências. Nem tudo pode ser folclore e pirotecnia.
Posted by ana v. at 12:04 4 comments
Labels: política
quarta-feira, 8 de agosto de 2007
Não se medem aos palmos
Posted by ana v. at 15:17 2 comments
Love and bicycles
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Labels: bicicletas, música