
Há qualquer coisa de muito tenebroso que paira sobre o cinema, neste verão de 2007. Primeiro, a morte de dois dos mais aclamados realizadores de sempre - Bergman e Antonioni - em menos de 24 horas; e agora, simbolicamente, a morte pelo fogo de material precioso para a memória da 7ª Arte. Um grande incêndio assolou a Cinecittà na noite passada, evocando inevitavelmente um outro incêndio em Roma - o de Nero, o imperador louco. A notícia diz-nos que não houve vítimas, desta vez. Mas houve, sim. Talvez não humanas, e ainda bem, mas de um género que não podemos ignorar: alguns cenários e material histórico (entre outros, precisamente os da série "Roma", que estava ainda em gravações), guardados nos armazéns que arderam, desapareceram para sempre. O espírito de Nero, reencarnado em cabos eléctricos? Dá que pensar.

(A construção dos cenários para o filme Cleópatra - o antigo Egipto na Cinecittà)
2 comments:
Muito interessante.
Um abraço.
Outro, James.
Enviar um comentário