Tenho acompanhado, como todos os portugueses, o inacreditável caso da ceifa terrorista de um campo de milho privado e legal, transgénico ou não. Esperei uma atitude imediata de condenação deste óbvio acto de vandalismo, mas nada. Sócrates, do alto do seu eterno Olimpo, nem se dignou tocar no assunto. O ministro da Agricultura titubeou, a GNR desculpou-se com a falta de BIs para uma correcta identificação dos manifestantes (!!!!!), o agricultor lesado praticamente não foi ouvido (será que vai ser indemnizado, ao menos?).
Não há muito mais a dizer sobre este assunto, no mundo da blogosfera. Muitos têm tratado o tema à exaustão, de forma séria, com opiniões sustentadas sobre factos comprovados. Não tenho a pretensão, portanto, de acrescentar muito ao que já foi dito, redito e visto de todos os prismas. Sugiro a leitura desta notável recolha feita pelo Afonso Reis Cabral, no Janelar, a quem ainda não saiba toda a história. E limito-me a fazer uma brevíssima reflexão: mais de 30 anos após o 25 de Abril - 33 anos de democracia plena (ainda que bamba e imatura, às vezes) - constato esta coisa extraordinária: que ainda não nos livrámos de um terrível complexo de esquerda que nos acompanha desde esses inflamados anos da revolução.
Ficamos paralisados perante um acto de puro terrorismo e não conseguimos condená-lo inequivocamente, porque no nosso espírito pairam ainda as Catarinas Eufémias, mártires desses tempos idos. Aliás, não foi por acaso que este pretenso "movimento" recebeu o nome de Verde Eufémia. Como se fosse a mesma coisa, agora. Como se um grupelho de meninos urbanos em férias, não identificados e de cara tapada, fosse comparável aos trabalhadores rurais de então, mouros de trabalho e muitas vezes humilhados, que exigiam uma vida mais digna, embora claramente manipulados por uma máquina partidária implacável e bem afinada que se encarregava de manter ao rubro o ódio aos patrões, antes latente.
Não, ainda não nos livrámos desse complexo de esquerda. Do medo de sermos apelidados de fascistas ou de sermos conotados com uma direita saudosista, só porque nos insurgimos contra a selvajaria explícita e gratuita. Contra a justiça feita pelas próprias mãos, num estado de direito. Esquecemo-nos de que o agricultor cuja seara foi destruida não é um latifundiário ricaço e arrogante, mas um homem de trabalho. De muito trabalho e de muito esforço e de muita luta, como só quem ainda teima em fazer agricultura neste país é capaz. Ao pobre homem não bastavam os imponderáveis de um clima em permanente mutação e a concorrência de uma comunidade europeia onde todos os outros são mais poderosos do que ele. Não. Tinha que levar ainda com um bando de verdes eufémios a brincar aos ceifeiros, para inglês ver. Ou para Bloco ver. Não é justo. Podiam antes ter ido queimar os carros dos paizinhos, que também poluem e também fazem mal à saúde. Mas isso já não tinha graça. Os transgénicos é que estão a dar. Uma pergunta: Não estará esta Eufémia, assim verde e reencarnada 30 anos depois, também ela geneticamente modificada?
Não há muito mais a dizer sobre este assunto, no mundo da blogosfera. Muitos têm tratado o tema à exaustão, de forma séria, com opiniões sustentadas sobre factos comprovados. Não tenho a pretensão, portanto, de acrescentar muito ao que já foi dito, redito e visto de todos os prismas. Sugiro a leitura desta notável recolha feita pelo Afonso Reis Cabral, no Janelar, a quem ainda não saiba toda a história. E limito-me a fazer uma brevíssima reflexão: mais de 30 anos após o 25 de Abril - 33 anos de democracia plena (ainda que bamba e imatura, às vezes) - constato esta coisa extraordinária: que ainda não nos livrámos de um terrível complexo de esquerda que nos acompanha desde esses inflamados anos da revolução.
Ficamos paralisados perante um acto de puro terrorismo e não conseguimos condená-lo inequivocamente, porque no nosso espírito pairam ainda as Catarinas Eufémias, mártires desses tempos idos. Aliás, não foi por acaso que este pretenso "movimento" recebeu o nome de Verde Eufémia. Como se fosse a mesma coisa, agora. Como se um grupelho de meninos urbanos em férias, não identificados e de cara tapada, fosse comparável aos trabalhadores rurais de então, mouros de trabalho e muitas vezes humilhados, que exigiam uma vida mais digna, embora claramente manipulados por uma máquina partidária implacável e bem afinada que se encarregava de manter ao rubro o ódio aos patrões, antes latente.
Não, ainda não nos livrámos desse complexo de esquerda. Do medo de sermos apelidados de fascistas ou de sermos conotados com uma direita saudosista, só porque nos insurgimos contra a selvajaria explícita e gratuita. Contra a justiça feita pelas próprias mãos, num estado de direito. Esquecemo-nos de que o agricultor cuja seara foi destruida não é um latifundiário ricaço e arrogante, mas um homem de trabalho. De muito trabalho e de muito esforço e de muita luta, como só quem ainda teima em fazer agricultura neste país é capaz. Ao pobre homem não bastavam os imponderáveis de um clima em permanente mutação e a concorrência de uma comunidade europeia onde todos os outros são mais poderosos do que ele. Não. Tinha que levar ainda com um bando de verdes eufémios a brincar aos ceifeiros, para inglês ver. Ou para Bloco ver. Não é justo. Podiam antes ter ido queimar os carros dos paizinhos, que também poluem e também fazem mal à saúde. Mas isso já não tinha graça. Os transgénicos é que estão a dar. Uma pergunta: Não estará esta Eufémia, assim verde e reencarnada 30 anos depois, também ela geneticamente modificada?
2 comments:
Também achei inacreditável!
É, até no terrorismo somos ridículos. Que sina!
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