Obrigado pela musiquinha, como lhe chama. Apesar de a minha noite já ter sido. Povoada de sons, não por acaso. Revi o "Fiddler on the Roof" (1971). E mais umas coisas, com uma bela banda sonora e uma mulher líndíssima. Gosto muito de música,como sabe. Numa não muito distante incursão cinematográfica no mundo dos blues, coordenada pelo Scorsese (chamei-lhe "Piano Blues"), achei que devia dar primazia ao Ray Charles, então ainda vivo. Há quem diga que não foi totalmente conseguida. Mas não perca, se quiser e puder, o episódio do Wim Wenders ('The Soul of a Man"), em torno de Skyp James, Blind Willie Johnson e J.B.Lenoir. A narração, calma e suave, do próprio W.W., apoiada num texto de qualidade, deixa-nos ali, presos, comovidos. Uma intimidade insuspeitada. Um encanto. Por minha parte, já encomendei o DVD do "Habla con Ellas". Estou cheio de curiosidade. Tenha a sua noite, que agora termina, sido propícia.
Obrigada pelas dicas, Clint. Fiquei com vontade de rever o Fiddler, a música era linda. Da história já nem me lembro. Gostei do "Ray" (é desse que fala?), a interpretação é notável - o Jamie Foxx é que canta tudo, ainda por cima - e achei piada à ideia de ter sido o próprio R. Charles a supervisionar a história, com coragem e sem rodriguinhos. Onde é que encontro esse episódio do Wim Wenders, que não conheço? Espero que goste da minha sugestão do Almodovar, é um dos meus filmes preferidos. De sempre. Depois comente aqui, ok? Saudações cinéfilas.
Fiddler. A música era linda e a história também. Adaptação cinematográfica de um musical do teatro, se me lembro. Até me fez chorar um bocadinho, veja lá. Com as alegrias e com as tristezas. Nada de novo. Até com os meus filmes isso acontece. Olhe, o Million Dollar Baby. Não viu um cantinho do meu olho humedecido? Eu não tenho emenda, sabe, apesar de toda a gente pensar que sou, simplesmente, o durão da maior parte dos filmes em que entrei.
Os Blues. Não me referia ao filme "Ray", mas a uma obra e tanto, coordenada pelo Scorsese, em 2002. Chama-se "The Blues, a musical journey" e foi editada, por esse mundo fora, em DVD (são sete), em CD (a edição que conheço tem cinco discos), em livro e até em discos avulsos. No fundo, ele lembrou-se de pedir a uma série de realizadores, mais e menos conhecidos, que partilhassem o seu gosto pela música e a sua visão dos Blues, para os divulgar junto do grande público. E há de tudo um pouco, na forma e no fundo.O WW assina o terceiro DVD, na edição que conheço. Chama-se, como lhe disse, "The soul of a man" ("A alma de um homem") e é o que mais me impressionou. Se tivesse que escolher um para oferecer, seria este. O meu, "Piano Blues" (sobre o meu intrumento favorito, que, como sabe, também toco; o tema do Million Dollar, por exemplo, é da minha autoria), talvez não tão conseguido como eu teria gostado, tem a participação, entre outros do Ray Charles, não muito antes de morrer.
Para si e para quem não conheça esta obra, aqui fica um site bem informado: http://www.pbs.org/theblues/
Em Portugal, a edição e distribuição é da Lusomundo. Não sei se o Público vendeu a colecção, mas ia jurar que a encontra na FNAC.
Assim que tiver e vir o Almodôvar digo-lhe qualquer coisa. Apesar de não receber nada de cinema e, em especial, da filmografia do seu realizador predilecto. Fique bem, entretanto.
É o que dá ter amigos da alta, arrasam-nos com a nossa falta de cultura. Paciência, vai-se aprendendo e, para a próxima, já não confundimos a obra prima do mestre com a prima do mestre de obras... Vou espreitar o site, prometo. Mas deixe-me esclarecer um ponto, meu caro: eu não disse que o Almodôvar é o meu realizador preferido (há outros, e tão bons!) esse filme dele é que é e será um dos meus filmes de sempre. Fique bem também, aí em Hollywood.
Para a autobiografia A MINHA VIDA de Lou Andreas-Salomé, a mulher que teve o amor de Rilke e de Nietzsche, e que conviveu intimamente com Freud, Gillot, Rée, e muitos outros homens célebres da sua época. Um relato interessantíssimo, na primeira pessoa, de uma mulher excepcional. Para um dos meus filmes preferidos de sempre - QUEM TEM MEDO DE VIRGINIA WOOLF?, de Mike Nichols - que revejo sempre com o mesmo prazer. É superior o texto de Edward Albee, são-no também as interpretações, de um casal "ao rubro", de Liz Taylor e Richard Burton. O filme, não por acaso, conseguiu um feito único na história do cinema: foi nomeado para todas as categorias dos Oscares, em 1966. Para o filme AS HORAS, que vai fundo na análise da infelicidade extrema dos inadaptados sociais, tendo como novidade o prisma de uma outra infelicidade: a das pessoas ditas "normais" que os amam e rodeiam, sofrendo tanto ou mais do que eles e não tendo, sequer, o bálsamo da loucura ou da genialidade. Interpretações inesquecíveis de Nicole Kidman, Julianne Moore e Meryl Streep. Para o filme DIÁRIO DE UM ESCÂNDALO, em que Judi Dench e Cate Blanchett nos guiam maravilhosamente, num brilhante argumento, pelos meandros da manipulação e da perversão femininas. Não percebo como não levou quase todos os Oscares do ano. Para o filme INFAMOUS, de Douglas McGrath, em tudo superior ao mediático e oscarizado "CAPOTE" (que aborda o mesmo tema). Um lote de actores de primeira água numa produção de baixo orçamento, a provar que os filmes fora do mainstream estão cada vez mais na moda, nos States. Para o filme HABLE CON ELLA, de Pedro Almodôvar, que consegue a proeza de transformar em pura poesia um dos mais abjectos crimes imagináveis - a violação - cometido, ainda por cima, sobre uma mulher completamente indefesa. Um filme que fala de um amor incondicional, desesperado, comovente. De um amor que, no seu profundo desajuste, nos faz questionar tudo e redime aos nossos olhos toda a Humanidade.
5 comments:
Obrigado pela musiquinha, como lhe chama.
Apesar de a minha noite já ter sido.
Povoada de sons, não por acaso. Revi o "Fiddler on the Roof" (1971). E mais umas coisas, com uma bela banda sonora e uma mulher líndíssima.
Gosto muito de música,como sabe. Numa não muito distante incursão cinematográfica no mundo dos blues, coordenada pelo Scorsese (chamei-lhe "Piano Blues"), achei que devia dar primazia ao Ray Charles, então ainda vivo. Há quem diga que não foi totalmente conseguida.
Mas não perca, se quiser e puder, o episódio do Wim Wenders ('The Soul of a Man"), em torno de Skyp James, Blind Willie Johnson e J.B.Lenoir. A narração, calma e suave, do próprio W.W., apoiada num texto de qualidade, deixa-nos ali, presos, comovidos. Uma intimidade insuspeitada. Um encanto.
Por minha parte, já encomendei o DVD do "Habla con Ellas". Estou cheio de curiosidade.
Tenha a sua noite, que agora termina, sido propícia.
Obrigada pelas dicas, Clint. Fiquei com vontade de rever o Fiddler, a música era linda. Da história já nem me lembro.
Gostei do "Ray" (é desse que fala?), a interpretação é notável - o Jamie Foxx é que canta tudo, ainda por cima - e achei piada à ideia de ter sido o próprio R. Charles a supervisionar a história, com coragem e sem rodriguinhos.
Onde é que encontro esse episódio do Wim Wenders, que não conheço?
Espero que goste da minha sugestão do Almodovar, é um dos meus filmes preferidos. De sempre. Depois comente aqui, ok?
Saudações cinéfilas.
Fiddler. A música era linda e a história também. Adaptação cinematográfica de um musical do teatro, se me lembro. Até me fez chorar um bocadinho, veja lá. Com as alegrias e com as tristezas. Nada de novo. Até com os meus filmes isso acontece. Olhe, o Million Dollar Baby. Não viu um cantinho do meu olho humedecido? Eu não tenho emenda, sabe, apesar de toda a gente pensar que sou, simplesmente, o durão da maior parte dos filmes em que entrei.
Os Blues. Não me referia ao filme "Ray", mas a uma obra e tanto, coordenada pelo Scorsese, em 2002. Chama-se "The Blues, a musical journey" e foi editada, por esse mundo fora, em DVD (são sete), em CD (a edição que conheço tem cinco discos), em livro e até em discos avulsos. No fundo, ele lembrou-se de pedir a uma série de realizadores, mais e menos conhecidos, que partilhassem o seu gosto pela música e a sua visão dos Blues, para os divulgar junto do grande público.
E há de tudo um pouco, na forma e no fundo.O WW assina o terceiro DVD, na edição que conheço. Chama-se, como lhe disse, "The soul of a man" ("A alma de um homem") e é o que mais me impressionou. Se tivesse que escolher um para oferecer, seria este. O meu, "Piano Blues" (sobre o meu intrumento favorito, que, como sabe, também toco; o tema do Million Dollar, por exemplo, é da minha autoria), talvez não tão conseguido como eu teria gostado, tem a participação, entre outros do Ray Charles, não muito antes de morrer.
Para si e para quem não conheça esta obra, aqui fica um site bem informado:
http://www.pbs.org/theblues/
Em Portugal, a edição e distribuição é da Lusomundo. Não sei se o Público vendeu a colecção, mas ia jurar que a encontra na FNAC.
Assim que tiver e vir o Almodôvar digo-lhe qualquer coisa. Apesar de não receber nada de cinema e, em especial, da filmografia do seu realizador predilecto. Fique bem, entretanto.
É o que dá ter amigos da alta, arrasam-nos com a nossa falta de cultura.
Paciência, vai-se aprendendo e, para a próxima, já não confundimos a obra prima do mestre com a prima do mestre de obras...
Vou espreitar o site, prometo.
Mas deixe-me esclarecer um ponto, meu caro: eu não disse que o Almodôvar é o meu realizador preferido (há outros, e tão bons!) esse filme dele é que é e será um dos meus filmes de sempre.
Fique bem também, aí em Hollywood.
E ainda me há-de explicar como é que chegou tão longe, sem perceber nada de cinema...
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