Você gosta mesmo de música de Cabo Verde. Eu também. Há qualquer coisa... Gostava de lá voltar, muitos anos depois de uma passagem menos que efémera. A tristeza não assumida da melodia, o violoncelo que chora. O ritmo, porém, sugerindo um mundo novo. A meio caminho, diria - eu, que não sou especialista - entre a morna e a coladera. Parar e ouvir, simplesmente, ou dançar. Tudo nos é permitido. Muito bonito, em qualquer caso. Um bom conjunto. Até o seu amigo Pedro Guerra, que não me convenceu à primeira, fica bem na foto. Boas escolhas musicais, no seu blog. Obrigado. Queremos mais.
O Pedro Guerra primeiro estranha-se, mas depois garanto que se entranha completamente. É preciso ouvi-lo sem os preconceitos (que eu também tenho) quanto á língua, sobretudo cantada. E esta música é dele, e a letra também.
Para a autobiografia A MINHA VIDA de Lou Andreas-Salomé, a mulher que teve o amor de Rilke e de Nietzsche, e que conviveu intimamente com Freud, Gillot, Rée, e muitos outros homens célebres da sua época. Um relato interessantíssimo, na primeira pessoa, de uma mulher excepcional. Para um dos meus filmes preferidos de sempre - QUEM TEM MEDO DE VIRGINIA WOOLF?, de Mike Nichols - que revejo sempre com o mesmo prazer. É superior o texto de Edward Albee, são-no também as interpretações, de um casal "ao rubro", de Liz Taylor e Richard Burton. O filme, não por acaso, conseguiu um feito único na história do cinema: foi nomeado para todas as categorias dos Oscares, em 1966. Para o filme AS HORAS, que vai fundo na análise da infelicidade extrema dos inadaptados sociais, tendo como novidade o prisma de uma outra infelicidade: a das pessoas ditas "normais" que os amam e rodeiam, sofrendo tanto ou mais do que eles e não tendo, sequer, o bálsamo da loucura ou da genialidade. Interpretações inesquecíveis de Nicole Kidman, Julianne Moore e Meryl Streep. Para o filme DIÁRIO DE UM ESCÂNDALO, em que Judi Dench e Cate Blanchett nos guiam maravilhosamente, num brilhante argumento, pelos meandros da manipulação e da perversão femininas. Não percebo como não levou quase todos os Oscares do ano. Para o filme INFAMOUS, de Douglas McGrath, em tudo superior ao mediático e oscarizado "CAPOTE" (que aborda o mesmo tema). Um lote de actores de primeira água numa produção de baixo orçamento, a provar que os filmes fora do mainstream estão cada vez mais na moda, nos States. Para o filme HABLE CON ELLA, de Pedro Almodôvar, que consegue a proeza de transformar em pura poesia um dos mais abjectos crimes imagináveis - a violação - cometido, ainda por cima, sobre uma mulher completamente indefesa. Um filme que fala de um amor incondicional, desesperado, comovente. De um amor que, no seu profundo desajuste, nos faz questionar tudo e redime aos nossos olhos toda a Humanidade.
4 comments:
Não conhecia.
Muito bom.
Um abraço.
É uma bonita morna, sim. E eles são ambos muito bons.
Beijo
Ana
Você gosta mesmo de música de Cabo Verde. Eu também. Há qualquer coisa... Gostava de lá voltar, muitos anos depois de uma passagem menos que efémera.
A tristeza não assumida da melodia, o violoncelo que chora. O ritmo, porém, sugerindo um mundo novo. A meio caminho, diria - eu, que não sou especialista - entre a morna e a coladera. Parar e ouvir, simplesmente, ou dançar. Tudo nos é permitido.
Muito bonito, em qualquer caso. Um bom conjunto. Até o seu amigo Pedro Guerra, que não me convenceu à primeira, fica bem na foto.
Boas escolhas musicais, no seu blog. Obrigado. Queremos mais.
O Pedro Guerra primeiro estranha-se, mas depois garanto que se entranha completamente. É preciso ouvi-lo sem os preconceitos (que eu também tenho) quanto á língua, sobretudo cantada. E esta música é dele, e a letra também.
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