quarta-feira, 28 de novembro de 2007
Sem rede
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Labels: avisos à navegação
quinta-feira, 22 de novembro de 2007
Na minha, não!
E só acrescento: há pelo menos uma casa neste país, senhor primeiro ministro, onde o seu convidado-maravilha não será recebido: a minha.
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quarta-feira, 21 de novembro de 2007
O mundo é composto de mudança
Posted by ana v. at 20:30 18 comments
Labels: coisas minhas, curiosidades
terça-feira, 20 de novembro de 2007
Com a casa às costas
Mas vou passando por aqui de vez em quando (não resisto), sobretudo à noite. De dia, sou um caracol...
Fiquem bem. A bientôt.
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Labels: recados
segunda-feira, 19 de novembro de 2007
Amor # Paixão (5)
O amor embala.
A paixão sacode.
(Elton John - We all fall in love sometimes)
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Labels: coisas minhas, curtas, música
domingo, 18 de novembro de 2007
Something in the way they sing
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Labels: curiosidades, domingo, música
In the wind
(Katie Melua - Blowin' in the wind)
How many roads must a man walk down, before you call him a man?
How many seas must a white dove sail, before she sleeps in the sand?
How many times must the cannon balls fly, before they're forever banned?
How many times must a man look up, before he can see the sky?
How many ears must one man have, before he can hear people cry?
How many deaths will it take till he knows that too many people have died?
How many years can a mountain exist, before it's washed to the sea?
How many years can some people exist, before they're allowed to be free?
How many times can a man turn his head, pretending he just doesn't see?
The answer, my friend, is blowin' in the wind.
(Bob Dylan)
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Labels: domingo, imperdíveis, música
sábado, 17 de novembro de 2007
Campista ilustre
Alenquer Camping
263 733 224
Guincho (Orbitur)
214 857 019 Ericeira
Mil Reguengos (Parque Municipal)
261 862 513 Lisboa
Lisboa Camping
217 623 100 Lourinhã
Areia Branca (Parque Municipal)
261 412 199 Mafra
Sobreiro
261 815 525 Sintra (Colares)
Praia Grande
219 290 581 Vila Franca de Xira
Vila Franca de Xira
263 275 258
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Dia de...
Parece que hoje foi o do não-fumador. Eu já deixei de fumar há 8 anos, mas jurei a mim própria que não me tornaria num desses fundamentalistas insuportáveis prontos a matar, a rajadas de metralhadora, se puderem, quem ainda não se libertou do vício. Claro que os ambientes despoluídos são mais saudáveis, claro que fumar não é bom para ninguém, claro que os fumadores passivos são injustiçados. Mas não consigo deixar de ver, em alguns desses irredutíveis ex-fumadores, a frustração de ter perdido um prazer e, até, uma certa inveja dos que consideram suicidas e inconscientes. Pior ainda: uma certa pose farisaica, de quem se acha superior por ter substituído o vidro dos seus telhados por uma resistente chapa de zinco, e está pronto a atirar pedras aos cristais alheios, por se saber a salvo de represálias. Enfim, não defendo o tabaco. Sei que é francamente prejudicial à saúde, que pode matar a longo (e às vezes a curtíssimo) prazo. Mas reconheço aos outros o direito a um vício que - ainda me lembro muito bem - dá um enorme prazer. Se querem viver ou matar-se assim, quem sou eu para dizer-lhes que não o podem fazer? Sejamos justos: o tabaco não é um serial killer solitário, na cruzada contra os humanos: o stress, a solidão, a falta de dinheiro, o excesso de trabalho, a poluição e, sobretudo, a ausência de perspectivas de um futuro mais risonho, formam um gang letal. E estamos (quase) todos nas mãos deles. Por isso, em mais um estúpido "dia de" que alguém inventou, só tenho a dizer: parabéns aos que não fumam, nunca fumaram ou já deixaram de fumar, e... boas baforadas aos restantes, e que dêm uma ou duas por mim. E remato com uma sábia frase de Agustina Bessa Luis, que diz quase tudo:
Não há império maior do que o que se tem sobre os vícios dos outros.
(ABL, in Prazer e Glória)
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Labels: confissões, reflexões, solidariedade
sexta-feira, 16 de novembro de 2007
quinta-feira, 15 de novembro de 2007
Topo de Gama
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Labels: reflexões, Short stories
Amor # Paixão (3)
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Labels: coisas minhas, curtas, música
Em vias de extinção
Imagine um lugar onde se pode ler gratuitamente as obras de Machado de Assis, ou A Divina Comédia, ou ter acesso às melhores historinhas infantis de todos os tempos. Um lugar que lhe mostra as grandes pinturas de Leonardo Da Vinci. Onde se pode escutar músicas em MP3 de alta qualidade. Pois esse lugar existe!
Só de literatura portuguesa são 732 obras! Estamos em vias de perder tudo isso, pois vão desactivar o projecto por falta de uso, já que o número de acessos é muito baixo. Vamos tentar reverter esta desgraça, divulgando e incentivando amigos, parentes e conhecidos, a utilizarem essa fantástica ferramenta de disseminação da cultura e do gosto pela leitura.Nota: Recebi esta mensagem de um amigo, por e-mail, e publico-a aqui por me parecer importante a sua divulgação. O site é do governo brasileiro, mas todos nós podemos utilizar esta ferramenta. Aconselho uma visita. Ou melhor: muitas, para que não acabe.
Posted by ana v. at 10:40 2 comments
Labels: avisos à navegação, lusofonia, recados
Heavy Chávez Remix
Posted by ana v. at 10:09 3 comments
Labels: humor, imperdíveis, música, política
quarta-feira, 14 de novembro de 2007
Amor # Paixão (2)
A paixão é uma estadia na faixa de Gaza.
Posted by ana v. at 15:25 18 comments
Labels: coisas minhas, curtas
Ementa de luxo
Posted by ana v. at 11:34 2 comments
Labels: curiosidades, ironias
terça-feira, 13 de novembro de 2007
Amor # Paixão (1)
Começa hoje, aqui no Porta do Vento, uma série de curtas a que chamarei AMOR # PAIXÃO.Podem ser lidas como pequenas provocações, ou apenas como matéria para reflexão. Vou ilustrá-las com músicas que venham a propósito (não será difícil encontrá-las, já que o amor e a paixão devem ocupar, seguramente, 90% das letras das canções, desde sempre). Gostava muito que os meus leitores/comentadores não fossem preguiçosos e contribuíssem com as suas sempre sábias opiniões para este debate. Pode ser? Aqui fica a primeira, então:
Posted by ana v. at 11:32 18 comments
Labels: coisas minhas, curtas
Um presente
Posted by ana v. at 01:35 1 comments
Labels: amigos, gastronomia, livros
segunda-feira, 12 de novembro de 2007
Os palhaços de serviço
Posted by ana v. at 23:07 6 comments
Ó Zé! Isso não foi nada porreiro, pá!
Se o primeiro ministro lhe estender a mão, não ligue. Disfarce. Pegue num croquette, baixe-se para atar um sapato, assobie para o lado. Qualquer coisa, mas disfarce. Porque vai ficar de mão estendida, feito parvo, a não ser que não haja ninguém mais por perto.
Posted by ana v. at 00:50 5 comments
Labels: gaffes, imperdíveis
domingo, 11 de novembro de 2007
Castanhas de S. Martinho
• Castanhas do Natal, sabem bem e partem mal.
• Da castanha ao cerejo, mal me vejo.
• No dia de São Martinho, há fogueiras, castanhas e vinho.
• Na família da castanha o pai é pingão, a mãe é raivosa e a filha é amorosa.
Posted by ana v. at 15:30 7 comments
Labels: celebrações, gastronomia
Puerta di Wind
Vou mostrar-vos. Pego num parágrafo qualquer (por exemplo, o primeiro do post anterior) e traduzo-o para 4 línguas: francês, espanhol, italiano e inglês. Vejam o resultado. Depois disto, nem me atrevo a adivinhar o que acontece com línguas mais distantes da nossa, como o chinês, o sueco ou o árabe.
Nota: Tomei a liberdade (como dizia o Ambrósio à Mme Ferrero Rocher) de salientar as partes mais cómicas das traduções. Reparem, para começar, na tradução sempre criativa de um título simples - De A a Z) 1. Francês (frenchman, como chama o tradutor à língua de Molière) - De à Z
Si j'avais qu'il apprendra toutes les leçons de vie dans une heure et demie, ainsi que dans une espèce de cours intensif et désespéré, choisirait probablement le film « Ryan's daughter », de David Lean. Il est là tout : le Bien, le Mal et tout ce qui a in between, montrés d'une manière il sublime.
(Apesar do título e dos erros de construção, pas mal. É bastante legível.)
2. Espanhol (spaniard, para o Google) - De un Z
Si tuviera eso para aprender todos los lições de la vida sobre una hora y media, tan bien como en una especie del curso intensivo y desesperado, elegiría probablemente la película el “Ryan a la hija”, de la inclinación de David. Es todo allí: el bueno, el mal y todo qué tiene entre, demostrado en una manera de la sublimación.3. Italiano - Di una Z
Se avessi quello per imparare tutti i lições di vita in un'ora e calza, come pure in una specie di corso intenso e disperato, sceglierei probabilmente la pellicola “il Ryan alla figlia„, della magra di David. È tutto là: il buon, malvagità e tutto che cosa ha fra, indicato in un senso di sublimazione.
4. Inglês (a jóia da coroa, já que é a língua-mãe do Google) - Of a Z
If I had that to learn all the lições of life in one hour and stocking, as well as in a species of intensive and desperate course, I would choose probably the film “Ryan's to daughter”, of David Lean. It is everything there: the Good, the Evil and everything what it has in between, shown in a sublime way.
(Neste caso, acrescento à brincadeira a citação de David Lean, para verem como este tradutor endiabrado não reconhece a sua própria língua e consegue dar-lhe a volta):
(Outra vez as meias. "One hour and stocking" será um espaço de tempo razoável para aprender lições of life? E vejam como é espantoso como o próprio inglês se auto-destrói, no título do filme.)
Por último, só uma gracinha. Pode estar cheia de erros, mas é uma escrita linda: لكلّ إيمبرر تثتّي إي ليس دي فيتا في أون'ورا و كلزا, يأكل هو صافية داخل يتلاقى سبس دي كرس شديدة وديسبرتو, أنا إرادة سغليري بروببيلمنت هناك بلّيكلا "إيل فيغرن ألّا„, دلّا دي هزيلة دايفيد. تثتّو ل: إيليخيط بوون, ملفجت و تثتّو ش ها فرا, إينديكتو داخل منظّمة الأمم المتّحدة إحساس دي سوبليمزيون E é assim este mundo misterioso das traduções do Google. Mas não é tudo mau: no fim de cada página traduzida existe, muito humildemente, um mea culpa que lhe fica bem. Diz isto: "This is a computer translation of the original webpage. It is provided for general information only and should not be regarded as complete nor accurate."
Vá lá... Tirando o fétiche das meias, o tradutor até tem a noção das suas limitações.
Posted by ana v. at 11:06 7 comments
Labels: absurdos, curiosidades, domingo, humor, traduções
De A a Z
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sábado, 10 de novembro de 2007
Aperta o papo
Posted by ana v. at 18:37 9 comments
Labels: absurdos, sinais dos tempos, televisão
CHI-LE-NOS
Vá, outra vez. Agora com sílabas: CHI-LE-NOS.
Isso mesmo. Pronto. Viram que não é difícil?
Posted by ana v. at 01:04 7 comments
sexta-feira, 9 de novembro de 2007
Cais das Colunas
Alice no país dos hai-kais
* à beira do insuportável
(Alzira Espíndola e Zelia Duncan, cantando uma letra de Alice - É só começar - do Paralelas)
ter talento
p'ra transformar
caso em descaso
já o contrário
é que é o caso se você não tem, lamento
é preciso ser forte
é preciso ser fraco
é preciso ganhar
e perder o juízo sai dessa pose
pára de pensar no prejuízo
e segue em frente
tem hora p'ra chegar
tem hora p'ra se afastar
não sabe como?
é só começar
Cinema no Estoril
Posted by ana v. at 00:39 6 comments
quinta-feira, 8 de novembro de 2007
quarta-feira, 7 de novembro de 2007
Do surrealismo aéreo nacional
Posted by ana v. at 22:47 5 comments
segunda-feira, 5 de novembro de 2007
Galináceos
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Labels: absurdos, curiosidades, ironias
domingo, 4 de novembro de 2007
Sedução na página 161
1. Pegue no livro mais próximo, com mais de 161 páginas – implica acaso e não escolha.
- Juro que tenho mais que fazer, da Madalena
- O Eldorado, do JP
- Dito Assim, do Jayme Serva
- Codornizes, do Pedro Cordeiro
- Zoo, do JG
- Abencerragem, do Ricardo António Alves
Madrid
Na última vez que eu tinha estado em Madrid, tinham passado cerca de 15 dias do pavoroso atentado da Estação de Atocha, e ainda tenho na memória a esmagadora tristeza de uma cidade que sempre me habituei a conhecer fervilhante de vida: nesses dias havia velas acesas e ramos de flores em todas as esquinas, espalhados pelo chão, e uma estranha apatia estupefacta tinha tomado conta das pessoas. À excepção de alguns grupos de oração, não se via praticamente ninguém na rua. Vim de lá impressionada, sem vontade de voltar tão depressa àquela Madrid fantasmagórica, tão diferente do habitual. E desta vez, confesso, ia numa certa expectativa pelo ambiente em que iria encontrar a cidade, sabendo que o tema do momento, como não podia deixar de ser, era a recém-pronunciada sentença do 11-M (designação que os espanhóis adoptaram para a "sua tragédia" de terrorismo islâmico, à semelhança dos novaiorquinos, com a abreviatura 9-11). Felizmente, o meu medo dissipou-se logo à chegada. Madrid renasceu das cinzas, com aquela força anímica de que os espanhóis - calejados pela memória de uma sangrenta guerra civil e pelos imprevisíveis e igualmente sangrentos atentados da ETA - se habituaram a socorrer-se, não permitindo que o Mal os impeça de festejar a Vida. Grande povo!
Bom, chega de política e de tristezas: Madrid tem sempre uma oferta de Arte invejável, e foi sobretudo por isso que lá fomos desta vez. Com um objectivo específico, antes de qualquer outro: ver a exposição de pintura de Paula Rego no Centro de Artes Reina Sofia. E, neste capítulo, tudo o que eu possa aqui dizer ficará a anos-luz da realidade. Integrada na V Mostra de Cultura Portuguesa, a que Madrid dedica uma série de iniciativas representativas das várias artes em Portugal - música, pintura, fotografia, azulejaria, etc. - a exposição comemorativa de toda a carreira de Paula Rego é a mais completa que foi feita até hoje e é, positivamente, de cortar a respiração. Ocupa toda uma ala do 1º andar do Rainha Sofia, e abrange desde as primeiras experiências académicas da pintora (já geniais, aliás) até aos´trabalhos executados no passado ano de 2006. Quase todos os quadros-ícones da sua obra lá estão: "a mulher-cão", "a família", "o baile", toda a série das "avestruzes-bailarinas", a série sobre o aborto clandestino, etc. São, na sua maioria, quadros de enormes dimensões, que têm um impacto completamente diferente (como é natural) daquele que exerce sobre nós uma reprodução vinte vezes menor, por muito boa que seja.
No meu caso, confesso, foi a total rendição à pintora: além da prodigiosa mestria técnica (unanimemente reconhecida pelos maiores críticos de arte mundiais), está patente, na obra desta mulher, um profundo e impressionante conhecimento da natureza humana, nas suas facetas mais sórdidas mas também nas mais redentoras. A série de pequenos desenhos denominada genericamente "misericórdia", fez-me saltar lágrimas dos olhos, de tão comovente. São cenas de entre-ajuda humana, nas situações mais difíceis da vida de todos nós: aquele conceito a que os cristãos chamam vulgarmente "caridade" e que tão desvirtuado e mal interpretado tem sido ao longo dos tempos. O que mais impressiona nelas é o próprio tema, raramente abordado em pintura. Mas, se há adjectivo que possa aplicar-se à obra de Paula Rego, é mesmo "incómoda". Não só pela violência de algumas imagens, retratadas sem fantasias nem romantismos de qualquer espécie, mas sobretudo pela coragem de abordar temas que não são considerados "estéticos". Paula Rego pinta a realidade nua e crua, pungente e grandiosa na sua complexidade: as figuras femininas são robustas e quase rudes (gente de trabalho, comum, e não modelos de perfeição), mas tão expressivas quanto um ser humano pode ser. A ténue linha de divisão entre seres racionais e irracionais está bem expressa na utilização de animais em poses e situações humanas, a mostrar-nos como estamos todos tão próximos da bestialidade e, por outro lado, como alguns animais se aproximam ou até ultrapassam as nossas so called "melhores qualidades".
Magnífica experiência, é o que tenho a dizer. E de tal maneira forte que, ao subir para ver Picasso (que está no andar logo por cima em toda a sua pujança, inclusivamente com o impressionante Guernica), ficamos perdidos, sem conseguir fazer a mudança de registo e sem conseguir, sequer, aderir ao mestre (e até a Dali, que lá está representado também e que é um pintor que eu adoro). Não nos é possível desligar logo do impacto poderoso de Paula Rego, e esse facto já diz muito sobre a qualidade da sua obra. Volto a dizer: rendi-me incondicionalmente à pintora, embora mantenha que não aguentaria olhar todos os dias para a maioria dos seus quadros e que, só por essa razão, não os queria ter na minha sala. São espelhos incómodos, que nos deixam sem pele. Mas que demonstram bem o poder da arte, quando é boa.
Enfim, a exposição não só vale a pena como é absolutamente obrigatória, na minha opinião. Se lá puderem ir, não deixem de fazê-lo. Ainda estará por lá até ao fim do ano. E se não puderem mesmo, então não percam a esperança: o Museu Paula Rego será uma realidade a curto prazo, em Cascais.
Um pormenor importante: aconselho vivamente o uso do audio-guia (embora não exista em português!!!), que explica criteriosamente as histórias que estão por detrás dos quadros principais, as mudanças de fase e de motivações, e que inclui até explicações da própria pintora. É completamente diferente ter este apoio, sobretudo nas figurações menos óbvias.
Mas nem só de arte vive o homem: embora não tenha dado tempo para o flamenco - estava programada uma visita ao famoso Café de Chinitas, decorado pelo português Duarte Pinto Coelho - a gastronomia é sempre um must em Madrid: não deixámos de cenar perdiz no antiquíssimo Sobrino de Botín (o restaurante mais antigo do mundo, segundo o Guiness), onde continua a comer-se maravilhosamente e onde os preços, curiosamente, não aumentaram muito. O ambiente é fantástico, os empregados são eternos, a comida insuperável. Está sempre completamente cheio, é uma sorte conseguir uma mesa sem reserva. Tivemos sorte.
O mesmo não se pode dizer das esplanadas da Plaza Mayor, onde almoçámos mal e por um preço astronómico. Os turistas tomaram posse dos velhos restaurantes e inflaccionaram os preços, a um ponto ridículo para a qualidade actual. Salvou-nos o Jose Luis, na Castellana, cujos solomillos e o revuelto de gambas e asparragos verdes, ao jantar, nos fizeram esquecer completamente o desaire do almoço.
Resta-me dizer que o belo sol de Madrid nos permitiu passear e andar por las tiendas (não resisto aos sapatos, em Espanha...), e por isso fizemos quilómetros a pé. Tudo está bem quando acaba bem, e só foi pena que tivesse acabado tão depressa. Mas hei-de voltar, quantas vezes possa, a Madrid. Essa é uma das poucas certezas que tenho.
(Paco de Lucia - Entre dos Aguas)
Nota 1: Aqui fica o fabuloso som de Paco de Lucia, que um dia ouvi ao vivo (precisamente no Café de Chinitas), há muitos anos.
Posted by ana v. at 12:10 6 comments
Labels: amigos, gastronomia, música, reflexões, viagens