Parece-lhe forte? Pois ainda não é tudo: a prestigiada Bienal Centroamericana de Arte decidiu, incompreensivelmente, que a selvageria que acabava de ser cometida por tal sujeito era Arte, e deste modo tão absurdo Guillermo Vargas Habacuc foi convidado a repetir a sua cruel acção na dita Bienal em 2008. Facto que podemos tentar impedir, colaborando com a assinatura nesta petição:
segunda-feira, 31 de março de 2008
O pior de nós
Parece-lhe forte? Pois ainda não é tudo: a prestigiada Bienal Centroamericana de Arte decidiu, incompreensivelmente, que a selvageria que acabava de ser cometida por tal sujeito era Arte, e deste modo tão absurdo Guillermo Vargas Habacuc foi convidado a repetir a sua cruel acção na dita Bienal em 2008. Facto que podemos tentar impedir, colaborando com a assinatura nesta petição:
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Labels: absurdos, recados, sinais dos tempos
Leva tempo
Leva tempo entender que a vida é curta.
Às vezes, leva quase toda a vida.
O vivo, quando entende, agora surta,
busca agarrar a vida já vivida
e perde o pouco tempo que lhe resta
cavando o tempo em busca de si mesmo.
Gastasse as poucas horas numa festa,
evitaria esse final a esmo.
A vida é curta além do que entendemos
porque nenhum de nós foi avisado
do tempo que anda além do que o que vemos.
Se o fôssemos, quem não teria dado
mais tempo ao "meu amor" do que ao "oremus",
mais glórias ao virá do que ao passado?
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Baptizados
Estou ao colo da minha madrinha, que respondeu ao convite dos meus pais com um longo arrazoado em verso, que acabava assim:
E se não vier chuvinha
irá bonita a madrinha
com um chapéu que veio de França!
Não choveu, pelos vistos.
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Labels: amigos, coisas minhas
domingo, 30 de março de 2008
Clap, Clap, Clapton
(Don't let me be lonely tonight- Eric Clapton)
(Nota: Esta homenagem foi uma sugestão de um amigo, igualmente fã de Eric Clapton e sempre atento a estas efemérides da boa música. A escolha da música é minha.)
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Feira de Velharias (3)
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sábado, 29 de março de 2008
Cata-Ventos
Humores
EBDP, em Em Bicos de Pés
Azia, no Azeite & Azia
Fragmento VIII
Estrelicia Esse, no Arcádia Lusitana
O Telefone Vermelho
O Réprobo, no As Afinidades Afectivas
Livros irrequietos
Huckleberry Friend, no Codornizes
Sensação de eternidade
Sofia, n' O meu Cais
O fiambre e o telemóvel
Pedro Correia, no Corta-Fitas
Indomável Pecadora
Meg, no Sub Rosa
Tibet (Saudades minhas)?
Pedro Aniceto, no Reflexões de um cão com pulgas ?
Júlia Moura Lopes, n' O Privilégio dos Caminhos
Feng-Shui a dias
Laura Abreu Cravo, no Mel com Cicuta
Bagdad
Manuel, no Palombella Rossa
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Labels: blogs
Fasquias
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Labels: reflexões
sexta-feira, 28 de março de 2008
Observatório VII
Fomos agora surpreendidos (?) pelo presente de Natal inesperado (?) e fora de época (?) que Papai Zé Noel nos deu: devolveu 1% do Iva que nos tinha rou... sobrecarregado há três anos. Presente todavia incompleto, pois ainda guardou metade para futuras oportunidades, para além de outros impostos que, então aumentados, ficam agora na mesma.
A surpresa é, praticamente, nenhuma. O gato, escondido, já estava com o rabo de fora há algum tempo, pois as forças vivas já de há muito reclamavam a reposição deste imposto. Mas foi inesperada a precaução de devolver só metade, não fazendo a reposição para o nível de taxa em que estava, apesar das contas públicas estarem, ao que parece, de boa saúde, com o afamado défice bem controlado.
A época escolhida também não trouxe surpresa. Entrámos no ciclo da inevitável campanha eleitoral, com as inevitáveis benesses que acompanham as promessas de um futuro melhor, tantas vezes meros slogans de campanha, tantas vezes ignoradas, tantas vezes não cumpridas. Como esta, aliás, da promessa furada de não aumentar os impostos.
Mas não deixa de ser curioso o aviso à navegação feito pelo Ministro das Finanças, de que os agentes económicos deveriam fazer reflectir esta prenda no sapatinho do consumidor, ajustando, para baixo, os preços dos produtos que vendem já com o Iva incluído, uma vez que o imposto baixou. É curioso porque parte do princípio de que esses agentes o não vão fazer.
E acho que tem razão. Também duvido que o mercado baixe preços só porque este imposto baixou, apesar de os ter aumentado quando subiu. É um contra-senso, bem sei. É pouco…honesto, diria, mas não acredito que sobre os produtos correntes do nosso consumo diário sintamos qualquer diferença.
Portanto, o que sobra? Que as empresas vão pagar menos imposto, mas, cobrando o mesmo sobre o consumo, vão ficar mais ricas. Será que essa riqueza se vai reflectir na economia através de novos investimentos nos aparelhos produtivos, melhorando, assim, indirectamente, a vida de todos nós?
Sinceramente, também duvido. Mas temos sempre no horizonte próximo a expectativa de novos rebuçados, que nos adocem a boa vontade de continuarmos a acreditar nas campanhas que por aí hão-de vir, nas promessas que nos hão-de (re)fazer, sempre na eterna esperança de um País melhor, mais desenvolvido, mais próspero, mais europeu...
Em que, francamente, também já não acredito...
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Labels: observatório
Obrigada
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Labels: agradecimento, blogs
quinta-feira, 27 de março de 2008
Amigos de talento - I
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Labels: amigos
terça-feira, 25 de março de 2008
De volta ao mundo real
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segunda-feira, 24 de março de 2008
Primavera Poética
FLORES
Era preciso agradecer às flores
terem guardado em si,
límpida e pura,
aquela promessa antiga
duma manhã futura.
Sophia de Mello Breyner
(Nota: Um dos meus pintores preferidos e uma poeta que adoro, escolhas de sempre. A repetição de Sophia em dois posts seguidos diz bem da minha preferência).
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domingo, 23 de março de 2008
Saudade
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Eleni Karaindrou - Trojan Woman
(Nota: encontrado aqui)
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Labels: música
sexta-feira, 21 de março de 2008
Aí vem mais um Código
(Ler o resto da notícia aqui)
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Labels: curiosidades
quinta-feira, 20 de março de 2008
Observatório VI
Naquele envelope, de uma assentada só, ofereciam-me a possibilidade de um financiamento com vários dígitos, depositado directamente na minha conta bancária sem perguntas, sem respostas, sem quês nem porquês, de uma irresistível simplicidade sem burocracias (vi aqui a mão do Sr. Simplex), para gastar à minha vontade.
Depois, ofereceram-me uma reserva extra com mais dinheiro disponível, num cartão de supermercado que uso (necessário para me trazerem as comprinhas a casa), mais viagens a preços incríveis para os destinos paradisíacos com que todos sonhamos, telemóveis topo de gama (óptimos para aumentarem a minha já tão obesa vaidade) e, ainda, um leque esplêndido de belos electrodomésticos, daqueles que precisamos e que não precisamos, todos eles a fazerem tudo sozinhos (imprescindíveis, portanto), libertando-nos daquelas tarefas tão enfadonhas (sim, porque eu também ajudo em casa). Estava feliz. O dia não podia ter acabado melhor.
É claro que não somei as prestações de todas aquelas maravilhas, cada uma anunciando a excelente oportunidade que representava e que eu não podia perder. Tal como não o devem ter feito os milhares de famílias portuguesas endividadas até à raiz dos cabelos, com milhões de dívidas em créditos ao consumo e a viverem com uma mão à frente e outra atrás, sem dinheiro para comer nem para pôr gasolina no carrinho novo que as arruinou. Mas a carne é tão fraca e o sonho tão grande, que é difícil resistir a tantos convites e solicitações, ali disponíveis à distância de um gesto.
A iluminada política económica que nos rege fecha os olhos. Acha que sim, que assim se espevita o mercado, se desenvolve a economia e se promove o bem-estar das famílias. Fica tudo satisfeito e aí vamos nós na senda do socrático progresso...
Até que o último apague a luz...
Posted by ana v. at 23:03 9 comments
Labels: observatório
Uma reflexão para a Páscoa
Food expenditure for one week: 375.39 Euros or $500.07 United States: The Revis family of North Carolina
Food expenditure for one week $341.98
Food expenditure for one week: 1,862.78 Mexican Pesos or $189.09 Poland: The Sobczynscy family of Konstancin-Jeziorna
Food expenditure for one week: 582.48 Zlotys or $151.27 Egypt: The Ahmed family of Cairo
Food expenditure for one week: 387.85 Egyptian Pounds or $68.53 Ecuador: The Ayme family of Tingo
Food expenditure for one week: $31.55
Food expenditure for one week: 224.93 ngultrum or $5.03
Food expenditure for one week: 685 CFA Francs or $1.23
(Nota: recebido por mail)
Posted by ana v. at 22:40 5 comments
Labels: reflexões, sinais dos tempos
Jardim da Preta
Domingo passado, depois do almoço. Subi as escadas do largo do Palácio da Vila, invadido de turistas e famílias portuguesas em passeio. Diriji-me ao guarda de serviço, que olhava o quadro à sua volta com um enfado evidente.
Assunto arrumado, portanto. Comecei a afastar-me, triste pela decepção e irritada com tanta antipatia explícita. Fiquei a olhar a porta fechada e o muro branco, tentando divisar alguma coisa do outro lado. Como se tivesse visão raio-x, sei lá. Quando era criança e brincava ali dentro, acreditava nisso e em muito mais. E foi então que alguém me tocou no braço.
Agradeci-lhe e voei para o homem do bigode, com o meu melhor sorriso. Demorei um bocadinho a convencê-lo de que não era uma jornalista a espiolhar incúrias camarárias. Por fim, depois de fazer-me um curto mas cirúrgico inquérito, destinado a confirmar se eu conhecia, como dizia, cada recanto do Jardim (passei com distinção: conheço-o a palmo e de olhos fechados) deu-me a maior alegria que podia dar-me - abriu a porta, trancada com uma velha chave de ferro (Abre-te, Sésamo!) e deu-me passagem para o mundo encantado, mágico e imutável, que é sempre o mundo da nossa infância. Entrei com lágrimas nos olhos e passos tímidos, como se fosse violar um sacrário. Fiquei por ali um bocado, invadida por uma comoção tão forte que me fazia passar a mão pelos canteiros, pelo tanque, pelas figuras de estuque, esboroado pelo tempo e pelo desleixo de quem devia cuidá-las. Tudo aquilo a precisar de restauro urgente, de facto. "Mas não há verba, minha senhora, é um dó. Isto vai tudo desaparecer". O homem do bigode percebera que eu estava em transe e deixava-me vaguear por ali. Mal o ouvia, nas suas queixas mais do que justificadas contra um poder que nega a recuperação de um património mundial. Ou de um património emocional, como eu o sentia naquele momento. O imponente castelo reflectido na água esverdeada, o grande leão de pedra, a criada preta debruçada no tanque da roupa, o galante fidalgo que a olha, embevecido e apaixonado... e, enfim, todas as infindáveis histórias que a minha imaginação fértil de criança inventou um dia para aquelas figuras, tudo me puxava para uma dimensão mítica, difusa, uma espécie de paraíso perdido.
- Agora tenho mesmo que fechar a porta, minha senhora. Vamos?
Obedeci-lhe, claro. Nem sei há quanto tempo estava ali, obrigando o pobre homem a esperar por mim. Ainda fiz, à pressa, estas fotografias, que não fazem justiça à magia daquele lugar. Agradeci-lhe mais uma vez, ainda comovida. E fui dar um beijo repenicado à rapariga sorridente que me proporcionara todo este luxo (o Jardim da Preta, só para mim!), que ficou a sorrir ainda mais. Se não tivesse vergonha de fazer essas coisas, teria metido uma nota no bolso da farda azul escura, discretamente. Mas não consigo fazê-lo em nenhuma circunstância, tenho sempre medo de ofender o destinatário. Sei que eu me ofenderia, se alguém me fizesse isso. Portanto, disse-lhe só um "obrigada", em voz trémula. E fui passear, feliz.
Posted by ana v. at 00:23 17 comments
Labels: coisas minhas, recordações, Sintra
quarta-feira, 19 de março de 2008
A coração nu
Posted by ana v. at 23:19 4 comments
Labels: pérolas na blogosfera
Homenagem
Posted by ana v. at 10:35 4 comments
segunda-feira, 17 de março de 2008
Feira de Velharias (2)
Posted by ana v. at 01:06 18 comments
domingo, 16 de março de 2008
Sintra revisited - 2
A minúscula capelinha de N. Sª da Pena, escavada na rocha, que nos servia de esconderijo perfeito quando brincávamos "às escondidas". Agora está invadida por flores de plástico e velas (também de plástico) de loja chinesa, tristes presentes a agradecer graças concedidas.
No alto, impossível de ignorar, o Castelo dos Mouros, uma imponente presença a lembrar os visitantes que já aqui estava antes de tudo o resto.
O velho Lawrence's, agora impecavelmente restaurado, ainda respira as histórias queirozianas que lhe ficaram, para sempre, impregnadas nas paredes. Mesmo ao lado, a Casa-Museu Ferreira de Castro (olá, vizinho!)A porta lateral da Igreja de S. Martinho da Vila, engalanada de palmas para a Páscoa que se avizinha.
O simpático Hotel Netto, ou o que dele resta. Faz dó o abandono em que está hoje: uma lixeira imunda em plena Vila, mesmo ao lado do Palácio. Lembro-me bem de vê-lo limpo e arranjado, orgulhoso de tão nobre vizinhança. (esta é em sua honra, amigo Réprobo)
O vizinho Jardim da Preta, já dentro do Palácio, o meu "país das maravilhas" preferido, onde brinquei tantas e tantas vezes. Merece destaque especial, por isso não me alongo mais aqui.
A incontornável Piriquita, templo maior da doce tetralogia de Sintra (Preto/Sapa/Piriquita/Gregório), afundada em território de turistas caça-souvenirs, entre bordados e azulejos. É um verdadeiro sacrilégio, para quem vem à Vila velha, deixar de ir à pátria dos travesseiros comer ao menos um, sempre a sair do forno.
O velho ringue de patinagem onde ensaiei as primeiras piruetas "artísticas" sobre rodas, que me renderam alguns aplausos e um ou outro namorado, uns Verões mais tarde, no Parque de Santa Marta, na Ericeira. Aqui havia também (não sei se ainda existem) exposições caninas muito concorridas.
Uma maternidade de hortênsias no Parque, prontas para enfeitiçar ainda mais os olhos dos visitantes, já saturados de tanta beleza.
Sintra é, sobretudo, isto: uma bebedeira de verdes, pedras musgadas e águas cristalinas, tudo envolvido numa incomparável aura de mistério.
Mas é também o insólito, à espreita em cada recanto.
E finalmente a bela Adraga, secreta e misteriosa. Um desses lugares tão especiais que dele se poderia dizer, como em Casablanca: "Teremos sempre... a Adraga!". Aqui nos espera, em qualquer estação do ano, um peixinho fresquíssimo e a mais revigorante maresia.
(aqui já fui de carro, nada de batotas...)
Até à próxima.
Posted by ana v. at 17:16 20 comments