Excelente, como já se adivinhava, o concerto de ontem na Culturgest. Fiz o possível por divulgá-lo - e juro que nada tenho a ver com as receitas do espectáculo! - porque sei como esse é o calcanhar de Aquiles da agenda cultural portuguesa. A casa estava bem composta, mas não cheia, para este concerto único em Lisboa. Foram cerca de duas horas de pura magia, e no final a rendição absoluta de quem teve a sorte de assistir. Zé Miguel Wisnik, com as suas convidadas Ná Ozzetti e Jussara Silveira, semeou estrelas no ar num registo intimista e cúmplice. Palavras belas vestidas de músicas de igual qualidade, tocadas por músicos inspirados e virtuosos. Momentos de beleza, de um nível pouco visto por cá.
sábado, 30 de junho de 2007
O melhor Brasil
Excelente, como já se adivinhava, o concerto de ontem na Culturgest. Fiz o possível por divulgá-lo - e juro que nada tenho a ver com as receitas do espectáculo! - porque sei como esse é o calcanhar de Aquiles da agenda cultural portuguesa. A casa estava bem composta, mas não cheia, para este concerto único em Lisboa. Foram cerca de duas horas de pura magia, e no final a rendição absoluta de quem teve a sorte de assistir. Zé Miguel Wisnik, com as suas convidadas Ná Ozzetti e Jussara Silveira, semeou estrelas no ar num registo intimista e cúmplice. Palavras belas vestidas de músicas de igual qualidade, tocadas por músicos inspirados e virtuosos. Momentos de beleza, de um nível pouco visto por cá.
Posted by ana v. at 22:53 7 comments
Labels: música
Burricada no deserto
Mas tudo isso foi antes do big bang fatal, que transformou a margem sul no deserto que é hoje. Agora, infelizmente, só o camelo aguenta a travessia árida das areias escaldantes que se estendem até à entrada da ponte. E foi por isso, afinal, que os burros passaram a ser uma raça em extinção.
Posted by ana v. at 22:31 0 comments
Heróis
Tome-se um homem,
feito de nada, como nós,
e em tamanho natural.
Embeba-se-lhe a carne,
lentamente,
duma certeza aguda, irracional,
intensa como o ódio ou como a fome.
Depois, perto do fim,
agite-se um pendão
e toque-se um clarim.
Serve-se morto.
Passam hoje 48 anos sobre a morte de Reinaldo Ferreira, um nome tão injustamente esquecido no nosso panorama literário.
Posted by ana v. at 15:12 0 comments
Where the Hell is Matt?
Um Aluno de Apolo a quem saíu o Euromilhões??
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Labels: imperdíveis
sexta-feira, 29 de junho de 2007
O N que falta
Não salto à liça para defender Mega Ferreira porque também não tenho particular simpatia por ele, e também porque ele não precisa das minhas defesas para nada. Mas o que quero dizer é que o senhor comendador, desde que tomou o país de assalto, todos os dias nos reserva algumas surpresas. Por causa de umas bandeiras não penduradas, acabou por pendurar nos paus-de-bandeira do CCB um cesto inteiro de roupa suja - ou mal lavada - em público. Não sei quem tinha razão nem é isso que está em causa. O que sublinho aqui é a falta de... tudo, que o senhor comendador revelou com a peixeirada que fez.
Nessa simples letrinha N, que alguém se esqueceu de acrescentar ao seu nome quando o registou, devem ter ficado a educação, a humildade, a discrição, enfim, a Nobreza que um verdadeiro mecenas das artes deve ter. Para si, o N só deve querer dizer Negócio. E para isso cá estamos nós todos, senhor comendador.
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Labels: recados
quinta-feira, 28 de junho de 2007
Pérolas na Blogosfera I
"Biblioteca dermo-estética:
Não enchera a casa de livros porque os tencionasse ler ou fosse culto ou para impressionar visitas. Queria apenas aprender a envelhecer. E não havia no mundo criatura a fazê-lo com mais estilo que aquelas folhas de papel agrupadas, a escurecer à velocidade dos dias e a desvanecer-se nos cantos como quem decide ir deixando de existir sem ninguém saber."
Encontrado n'O Boato, o blog de Alexandre Borges.
Posted by ana v. at 23:50 0 comments
Labels: pérolas na blogosfera
Os amigos da onça
Eu pensava que seria o ministro Mário Lino, sozinho, a dar cabo deste governo com as suas infindáveis argoladas. Mas não. Já tem companhia.
Com amigos destes, caro sr. primeiro ministro, quem precisa de inimigos?
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Labels: política
Ajuda de berço
Já aqui postei, e hei-de repetir um dia destes, a campanha de apoio ao Rui Pedro, uma criança portuguesa desaparecida há anos cuja mãe não teve a sorte de conseguir os recursos que tem tido o casal MacCan para tentar encontrar a filha.
Agora é a vez de divulgar a campanha da Ajuda de Berço - Um colo para cada criança - uma instituição também destinada a crianças, que nos pede apenas um clique no seu site. Com esse simples gesto (que não demora mais do que uns segundos) estaremos todos a ajudar a manutenção do site e, consequentemente, a angariação de receitas para a obra. A Ajuda de Berço acolhe crianças desprotegidas, dos 0 aos 3 anos. O site vive exclusivamente da publicidade que faz e são as empresas que o patrocinam que ajudam esta instituição. Só temos que mostrar que o visitámos, clicando no botão "UM COLO PARA CADA CRIANÇA": http://www.arcidadania.org/. Não custa nada, pois não?
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Labels: família, solidariedade
segunda-feira, 25 de junho de 2007
Ericeira
Obrigada por me teres trazido à memória essa Ericeira perdida, onde só voltei há 2 ou 3 anos por insondáveis razões. Apesar de tudo, a essência da "nossa" Ericeira ainda lá está. Betão à parte, ainda encontrei a sua magia quase intacta.
Nota 1: Resposta à pergunta de Leonor Barros (Geração Rasca, 21 de Junho) - E a tua Ericeira, como é? Nota 2: A "minha praia" de sempre não foi a Ericeira, mas o Baleal. Hei-de falar nele aqui também. Acontece que, por circunstâncias que agora não interessa referir, passei na Ericeira alguns verões fulcrais da minha adolescência, como se pode perceber pelas recordações que tenho dessa praia maravilhosa. E no meu coração cabem vários lugares.
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Labels: reflexões
domingo, 24 de junho de 2007
Apoio telefónico
"Obrigado por ter ligado para o Hospital Júlio de Matos - Instituto de Saúde Mental, a companhia mais adequada aos seus momentos de loucura."
* Se você é obsessivo-compulsivo, marque repetidamente o 1.
* Se você é co-dependente, peça a alguém que marque o 2 por si.
* Se você tem múltipla personalidade, marque o 3, 4, 5 e 6.
* Se você é paranóico, nós sabemos quem é você, o que você faz e o que
quer. Aguarde em linha enquanto localizamos a sua chamada.
* Se você sofre de alucinações, marque o 7 nesse telefone colorido gigante
que você, e só você, vê à sua direita.
* Se você é esquizofrênico, oiça com atenção, e uma voz interior lhe
indicará o número a marcar.
* Se você é depressivo, não interessa que número marque. Nada o vai tirar
dessa sua lamentável situação.
Posted by ana v. at 23:53 0 comments
Labels: humor
sábado, 23 de junho de 2007
Pequenos Crimes Conjugais
Rita Salema e Paulo Pires (nesta versão, que o papel feminino já esteve também a cargo de Margarida Marinho) defendem bem os seus papeis: os de um casal desgastado por 15 anos de convivência, num confronto final desesperado, violento e terno. Uma história intemporal em que muitos outros casais devem ter-se revisto.
Verdadeiramente magnífico é o texto, de uma subtileza e acutilância impressionantes. A vida conjugal, com o seu infindável jogo de acusações, ironias e gritos de socorro, é analisada e dissecada até à exaustão, demonstrando o profundo conhecimento que o autor tem da natureza humana (nomeadamente da feminina). Não posso acrescentar "a não perder", porque a peça sai hoje de cena. Mas talvez volte um dia.
Posted by ana v. at 20:45 0 comments
Labels: espectáculos
Marly de Oliveira
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Labels: poesia
Viva o São João!
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Labels: Sugestões
Jaula para ingleses
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Labels: poesia
sexta-feira, 22 de junho de 2007
Calhaus Rolantes strike again
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Labels: espectáculos, música
Brasil 5 estrelas
Voz, Piano e Composição José Miguel Wisnik; Voz Ná Ozzetti; Voz Jussara Silveira; Violão Arthur Nestrovski; Violão de 7 cordas e Baixo Swami Júnior; Percussão Sérgio Reze
SEM RECEITA
Primeiro, lenta e precisamente,
arranca-se a pele
esse limite com a matéria.
Mas a das asas melhor deixar
pois se agarra à carne
como se ainda fossem voar.
As coxas, soltas e firmes,
devem ser abertas
e abertas vão estar
e o peito nu
com sua carne branca
nem deve lembrar
a proximidade do coração.
Esse não.
Quem pode saber
como se tempera um coração?
Limpa-se as vísceras,
reserva-se os miúdos
para acompanhar.
Escolhe-se as ervas,
espalha-se o sal,
acende-se o fogo,
marca-se o tempo
e, por fim, de recheio,
a inocente maçã,
que tão doce, úmida e eleita
nos tirou do paraíso
e nos fez assim:
sem receita
(Alice Ruiz)
Cliquem aqui para ouvir a música, e deliciem-se!
Posted by ana v. at 12:24 3 comments
Labels: espectáculos, música, Sugestões
quinta-feira, 21 de junho de 2007
Maríntimo II
Escrevia febrilmente no ar, molhando os dedos no grande tinteiro azul, pernas cruzadas sobre conchas e areia. Finalmente, o sonho que se cumpria.
A hora era branca, a luz total.
Nunca soube quanto tempo durara a magia. A avaliar pela luz tinham sido várias horas, pois lembrava-se de ter chegado ali quando o sol ainda se anunciava no horizonte. Levantou-se, por fim, sentindo um formigueiro no corpo, devido mais à excitação do que à anterior imobilidade.
Quis levar debaixo do braço o registo daquela comunhão perfeita e percebeu, assombrado, que nada tinha entre as mãos.
Olhou o mar, sentido, e cada onda era uma gargalhada.
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quarta-feira, 20 de junho de 2007
Uma cena que vale um filme
A melhor arte por uma lata de feijões, ou a prova de que tudo é relativo.
No filme "O pianista", de Polansky - uma cena que vale o filme inteiro.
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terça-feira, 19 de junho de 2007
Vincent Meireles
como esta - o senhor vê - como esta:
em que para sempre me ria
como um vestido de eterna festa.
Como tenho a testa sombria,
derrame luz na minha testa.
Deixe esta ruga, que me empresta
um certo ar de sabedoria.
Não meta fundos de floresta
nem de arbitrária fantasia...
Não... Neste espaço que ainda resta,
ponha uma cadeira vazia.
Cecília Meireles
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segunda-feira, 18 de junho de 2007
Uma pátria chamada língua portuguesa
A língua que eu quero é essa que perde função e se torna carícia. O que me apronta é o simples gosto da palavra, o mesmo que a asa sente aquando o vôo. Meu desejo é desalisar a linguagem, colocando nela as quantas dimensões da Vida. E quantas são? Se a Vida tem, é idimensões? Assim, embarco nesse gozo de ver como a escrita e o mundo mutuamente se desobedecem.
Meu anjo da guarda, felizmente, nunca me guardou.
Uns nos acalentam: que nós estamos a sustentar maiores territórios da lusofonia. Nós estamos simplesmente ocupados a sermos. Outros nos acusam: nós estamos a desgastar a língua. Nos falta domínio, carecemos de técnica.
Ora qual é a nossa elegância? Nenhuma, excepto a de irmos ajeitando o pé a um novo chão. Ou estaremos convidando o chão ao molde do pé? Questões que dariam para muita conferência, papelosas comunicações. Mas nós, aqui na mais meridional esquina do Sul, estamos exercendo é a ciência de sobreviver. Nós estamos deitando molho sobre pouca farinha a ver se o milagre dos pães se repete na periferia do mundo, neste sulburbio.
No enquanto, defendemos o direito de não saber, o gosto de saborear ignorâncias. Entretanto, vamos criando uma língua apta para o futuro, veloz como a palmeira, que dança todas as brisas sem deslocar seu chão. Língua artesanal, plástica, fugidia a gramáticas.
Esta obra de reinvenção não é operação exclusiva dos escritores e linguistas. Recriamos a língua na medida em que somos capazes de produzir um pensamento novo, um pensamento nosso. O idioma, afinal, o que é senão o ovo das galinhas de ouro?
Estamos, sim, amando o indomesticável, aderindo ao invisível, procurando os outros tempos deste tempo. Precisamos, sim, de senso incomum. Pois, das leis da língua, alguém sabe as certezas delas? Ponho as minhas irreticências. Veja-se, num sumário exemplo, perguntas que se podem colocar à língua:
- No caso de alguém dormir com homem de raça branca é então que se aplica a expressão: passar a noite em branco?
- A diferença entre um às no volante ou um asno volante é apenas de ordem fonética?
- O mato desconhecido é que é o anonimato?
- O pequeno viaduto é um abreviaduto?
- Como é que o mecânico faz amor? Mecanicamente?
- Quem vive numa encruzilhada é um encruzilheu?
- Se diz do brado de bicho que não dispõe de vértebras: o invertebrado?
- Tristeza do boi vem dele não se lembrar que bicho foi na última reencarnação. Pois se ele, em anterior vida, beneficiou de chifre o que está ocorrendo não é uma reencornação?
- O elefante que nunca viu mar, sempre vivendo no rio: devia ter marfim ou riofim?
- Onde se esgotou a água se deve dizer: "aquabou"?
- Não tendo sucedido em Maio mas em Março o que ele teve foi um desmaio ou um desmarço?
- Quando a paisagem é de admirar constrói-se um admiradouro?
- Mulher desdentada pode usar fio dental?
- A cascavel a quem saiu a casca fica só uma vel?
- As reservas de dinheiro são sempre finas. Será daí que vem o nome: "finanças"?
- Um tufão pequeno: um tufinho?
- O cavalo duplamente linchado é aquele que relincha?
- Em águas doces alguém se pode salpicar?
- Adulto pratica adultério. E um menor: será que pratica minoritério?
- Um viciado no jogo de bilhar pode contrair bilharziose?
- Um gordo, tipo barril, é um barrilgudo?
- Borboleta que insiste em ser ninfa: é ela a tal ninfomaníaca?
(Mia Couto - 11/04/1997)
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"Todo o mundo é composto de mudança"
É bom o crepitar das palavras antigas
Adivinhar quais são as que por fim renascem
E que sabem voar ao sairem das cinzas" (...)
Está para entrar em vigor a unificação da Língua Portuguesa que prevê, entre outras coisas, um alfabeto de 26 letras. "A frequência com que eles leem no voo é heroica!". Ao que tudo indica, a frase inicial desse texto possui pelo menos quatro erros de ortografia. Mas até o final do ano, quando deve entrar em vigor o "Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa", ela estará corretíssima. Os países-irmãos Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste terão, enfim, uma única forma de escrever. As mudanças só vão acontecer porque três dos oito membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) ratificaram as regras gramaticais do documento proposto em 1990. Brasil e Cabo Verde já haviam assinado o acordo e esperavam a terceira adesão, que veio no final do ano passado, em novembro, por São Tomé e Príncipe. Tão logo as regras sejam incorporadas ao idioma, inicia-se o período de transição no qual ministérios da educação, associações e academias de letras, editores e produtores de materiais didáticos recebam as novas regras ortográficas e possam, gradativamente, reimprimir livros, dicionários, etc.
O português é a terceira língua ocidental mais falada, após o inglês e o espanhol. A ocorrência de ter duas ortografias atrapalha a divulgação do idioma e a sua prática em eventos internacionais. Sua unificação, no entanto, facilitará a definição de critérios para exames e certificados para estrangeiros. Com as modificações propostas no acordo, calcula-se que 1,6% do vocabulário de Portugal seja modificado. No Brasil, a mudança será bem menor: 0,45% das palavras terão a escrita alterada. Mas apesar das mudanças ortográficas, serão conservadas as pronúncias típicas de cada país.
O que muda: As novas normas ortográficas farão com que os portugueses, por exemplo, deixem de escrever "húmido" para escrever "úmido". Também desaparecem da língua escrita, em Portugal, o "c" e o "p" nas palavras onde ele não é pronunciado, como nas palavras "acção", "acto", "adopção", "baptismo", "óptimo" e "Egipto". Mas também os brasileiros terão que se acostumar com algumas mudanças que, a priori, parecem estranhas. As paroxítonas terminadas em "o" duplo, por exemplo, não terão mais acento circunflexo. Ao invés de "abençôo", "enjôo" ou "vôo", os brasileiro terão que escrever "abençoo", "enjoo" e "voo". Também não se usará mais o acento circunflexo nas terceiras pessoas do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo dos verbos "crer", "dar", "ler", "ver" e seus decorrentes, ficando correta a grafia "creem", "deem", "leem" e "veem". O trema desaparece completamente. Estará correto escrever "linguiça", "sequência", "frequência" e "quinquênio" ao invés de lingüiça, seqüência, freqüência e qüinqüênio.O alfabeto deixa de ter 23 letras para ter 26, com a incorporação do "k", do "w" e do "y" e o acento deixará de ser usado para diferenciar "pára" (verbo) de "para" (preposição).
Outras duas mudanças: criação de alguns casos de dupla grafia para fazer diferenciação, como o uso do acento agudo na primeira pessoa do plural do pretérito perfeito dos verbos da primeira conjugação, tais como "louvámos" em oposição a "louvamos" e "amámos" em oposição a "amamos", além da eliminação do acento agudo nos ditongos abertos "ei" e "oi" de palavras paroxítonas, como "assembléia", "idéia", "heróica" e "jibóia".
Antônio Houaiss
Nota: A escrita padronizada para todos os usuários do português foi um estandarte de Antônio Houaiss, um dos grandes homens de letras do Brasil contemporâneo, falecido em março de 1999. O filólogo considerava importante que todos os países lusófonos tivessem uma mesma ortografia. No seu livro "Sugestões para uma política da língua", Antônio Houaiss defendia a essência de embasamentos comuns na variedade do português falado no Brasil e em Portugal. »
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As gaffes de Bush
Todos os media a comentaram largamente por esse mundo fora, e o inestimável YouTube encheu-se de preciosos videos exemplificativos. Não vou ilustrar com nenhum deles este post. Já chega. Além disso, é-me indiferente que o relógio tenha sido roubado ou não.
Venho apenas lembrar um simples pormenor, porque muito me espanta que ninguém tenha reparado nele (pelo menos, que eu tenha tido conhecimento): A Casa Branca, onde vive o sr. Arbusto, no seu infatigável papel de tapa-buracos nas inúmeras tropelias do dito, apressou-se a dizer que o relógio afinal não tinha sido roubado, que o povo albanês podia manter intacta a sua imagem pública porque o presidente, cautelosamente (!!!!), tinha tirado ele próprio o valioso relógio do pulso e o tinha guardado no bolso, antes de mergulhar na multidão que o queria abraçar.
Magnânima colher de chá oferecida à Albânia? Não, não, muito pelo contrário.
Na infinita e proverbial arrogância do costume, a Casa Branca do sr. Arbusto não parece ter-se apercebido de que esta justificação era ainda muito mais ofensiva para o povo albanês do que a simples admissão da existência de um carteirista no meio de uma multidão (coisa absolutamente natural, em qualquer parte do mundo). A Casa Branca esqueceu-se, lá no pedestal do seu autismo, de que o sr. Arbusto estava, com esse gesto preventivo, a presumir que a Albânia era, toda ela, um país de ladrões!!!!!!
Como gaffe diplomática, não está mal. Mas também é verdade que ele já fez outras, bem piores...
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domingo, 17 de junho de 2007
À mesa de um blog
Até lá, todos poderão vir dar uma espreitadela e dizer como gostam da torrada. E, porque hoje é domingo, a bica é por conta da casa.
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Game over
Nota 2: Deplorável foi a falta de gosto e de sentido de humor de Luis Pereira de Sousa, um dos convidados do último episódio. Quis mostrar fair-play e fazer uma gracinha, e ofereceu aos Gatos uma ratazana nojenta, engaiolada. Por amor de Deus, homem!!! Foi de um mau gosto atroz, além de revelar uma total incapacidade para a subtileza.
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sábado, 16 de junho de 2007
Museu sub-aquático
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O efeito Putin
Depois de um loooongo almoço com Putin, Mr. le président Sarkozy ficou assim, um pouco lento. Um G8 bem regado a vodka?
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sexta-feira, 15 de junho de 2007
Feira do Livro 2007
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quinta-feira, 14 de junho de 2007
Aviso à navegação
Posted by ana v. at 18:44 4 comments
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África Poética
http://www.richardlawhorn.com/music/Out_of_Africa_Theme.mp3
(Cliquem só na janela que vai abrir, ao passar o cursor sobre est endereço. Assim podem continuar nesta página)
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terça-feira, 12 de junho de 2007
Good old "boys"
FEIOS, PORCOS E MAUS *
Compram aos catorze a primeira gravata
com as cores do partido que melhor os ilude.
Aos quinze fazem por dar nas vistas no congresso
da jota, seguem a caravana das bases, aclamam
ou apupam pelo cenho das chefias, experimentam
o bailinho das federações de estudantes.
Sempre voluntariosos, a postos sempre,
para as tarefas da limpeza após o combate.
São os chamados anos de formação. Aí aprendem
a compor o gesto, interpretar humores,
a mentir honestamente, aí aprendem a leveza
das palavras, a escolher o vinho, a espumar
de sorriso nos dentes, o sim e o não
mais oportunos. Aos vinte já conhecem pelo faro
o carisma de uns, a menos valia
de outros, enquanto prosseguem vagos estudos
de Direito ou de Economia. Começam, depois
disso, a fazer valer o cartão de sócio: estão à vista
os primeiros cargos, há trabalho de sapa pela frente,
é preciso minar, desminar, intrigar, reunir.
Só os piores conseguem ultrapassar esta fase.
Há então quem vá pelos municípios, quem prefira
os organismos públicos - tudo depende do golpe
de vista ou dos patrocínios que se tem ou não.
Aos trinta e dois é bem o momento de começar
a integrar as listas, de preferência em lugar
elegível, pondo sempre a baixeza acima de tudo.
A partir do Parlamento, tudo pode acontecer:
director de empresa municipal, coordenador de,
assessor de ministro, ministro, comissário
ou director executivo, embaixador na Provença,
presidente da Caixa, da PT, da PQP e, mais à frente
(jubileu e corolário de solvente carreira),
o golden-share de uma cadeira ao pôr-do-sol.
No final, para os mais obstinados, pode haver
nome de rua (com ou sem estátua) e flores
de panegírico, bombardas, fanfarras de formol.
JOSÉ MIGUEL SILVA, in Movimentos no Escuro (Relógio d'Água, 2005)
*Nota: Embora não figure n'Os Louros do Vento, o filme de Ettore Scola é um dos meus preferidos de sempre. Se alguém, por absurdo, ainda não o viu, por favor vá a correr ao clube de video. O que nos comove, nos diverte e nos ensina, esta hora e meia de puro deleite!!
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segunda-feira, 11 de junho de 2007
Aula de desenho
AULA DE DESENHO
Estou lá onde me invento e me faço:
De giz é meu traço. De aço, o papel.
Esboço uma face
a régua e compasso: É falsa.
Desfaço o que fiz.
Retraço o retrato.
Evoco o abstrato.
Faço da sombra minha raiz.
Farta de mim, afasto-me
e constato: Na arte ou na vida,
em carne, osso, lápis ou giz,
onde estou não é sempre
e o que sou é por um triz.
Posted by ana v. at 09:07 0 comments
domingo, 10 de junho de 2007
Portugal no seu melhor
Apenas uma nota: "Picha" é o nome de uma terra portuguesa, acreditem ou não.
Posted by ana v. at 13:36 2 comments
Labels: humor
sábado, 9 de junho de 2007
Beauty is nothing without brains
Um tributo à boa publicidade. Finalmente, um anúncio de automóveis que faz justiça às mulheres normais...
Posted by ana v. at 15:22 2 comments
Labels: imperdíveis
Rui Pedro, o parente pobre
Não posso deixar de colaborar nesta campanha. O caso da menina inglesa, com a gigantesca mediatização que envolveu e com os apoios que mobilizou um pouco por todo o mundo, obriga-me a esse acto de mera justiça e solidariedade.
Tenho assistido, como todos os portugueses que vêm televisão, à incessante batalha desta mãe, impotente mas nunca vencida. Sem recursos, sem divulgação mediática internacional (mesmo a nacional tem sido quase inexistente), sem audiências com o Papa e sem apoios de nenhuma espécie, a mãe do Rui Pedro não permite - sempre que lho permitem a ela - que nos esqueçamos do seu filho desaparecido.
Uma mulher bonita que envelheceu à nossa vista, corajosamente exposta e inconformada. Sei que este não é o único caso de crianças portuguesas desaparecidas, longe disso. Mas a imagem desta mãe, devastada pelo desgosto e pela expectativa interminável, atira-me à cara a sorte que tive em ter acompanhado o crescimento dos meus filhos e tê-los tido sempre por perto. A mãe do Rui Pedro apenas pode imaginar, auxiliada por um retrato robot feito por um computador, como será (ou seria?) o seu filho agora. E esse simples pensamento já é insuportável.
Aqui fica, por isso, o meu humilde contributo.
Posted by ana v. at 12:25 0 comments
Labels: família, solidariedade
quarta-feira, 6 de junho de 2007
Um Olé! nos genes
Não queria dar muita confiança a esse pensamento recorrente, mas a verdade é que já suspeitava: há um Olé! no meio dos meus genes, colado aos outros que nem uma lapa, e não posso fazer nada para pô-lo a andar.
Pronto, está dito e assumido. Vá lá, blogueiros civilizados e sofisticados, politicamente correctos, defensores dos animais, intelectuais, zen, vegetarianos e macrobióticos, gays e outros mais que agora não me lembro, aproveitem bem esta borla que vos dou: crucifiquem-me, que eu já confessei tudo. Se quiserem açoitar-me e lançar-me à fogueira, estejam à vontade. Mas não sem primeiro me darem o direito a meia dúzia de últimas palavras.
Há muitos anos que não punha os pés numa corrida de toiros e fui acumulando, com o tempo, um misto de saudade, desinteresse e expectativa, sem saber que sensações me esperariam de novo, se um dia voltasse a assistir a uma. Será que ainda vibraria com aquilo? Ou será que a minha condição de cabeça pensante, razoavelmente esclarecida e já urbana, me teria afastado irremediavelmente da barbárie? Foi nesse estado de espírito, inquieto e curioso, que resolvi aceitar o simpático convite de uns amigos. O desafio era total, porque nos acompanhavam duas ferozes opositoras daquele espectáculo: uma já veterana, com experiência no assunto e opinião bem calcificada, e a outra em absoluta estreia, mas firmemente decidida a odiar tudo aquilo.
Mas, dizia eu, o que mais me atraiu lá foi saber o que se passaria comigo. Pois bem, agora já sei. Mal pus um pé na praça - não na arena, que ainda não enlouqueci de todo - deu-se uma estranha transfiguração em mim: o coração começou a bater mais depressa, um rubor de antecipado prazer devolveu-me as cores saudáveis da infância e uma espécie de beatífica reverência deixou-me em estado de graça, tomando-me de assalto todas as emoções. Ali estava eu, cinco sentidos alerta e prontos a vibrar ao mínimo estímulo. Neurónios? Nem um só de sentinela. Todos de férias, a banhos. Código moral? O que é isso, nome de sobremesa? Logo ao primeiro impacto me deixei embriagar pelas cores, pelos cheiros, pelo sons. Foi como se uma maléfica Mrs. Hyde, acordada de repente, tivesse dobrado em quatro e guardado no bolso, com um sorriso de triunfo, a respeitável Dra. Jekyll que costuma estar de serviço em mim. Ali, Mrs. Hyde estava em casa. E eu em transe.
Para dizer a verdade, a corrida nem sequer foi nada de especial. Foi "à portuguesa", ou seja, sem toureio a pé. Houve tareia séria nos forcados, os toiros foram vaiados porque eram mansos e completamente indiferentes aos pobres cavaleiros, que faziam tudo o que podiam para não sairem dali vergonhosamente derrotados. Reparei que nada mudou muito desde a longínqua última vez que tinha assistido a uma corrida de toiros. Talvez só o público tenha refinado um pouco: que não se pense que é só constituido por marialvas acéfalos. Nada disso. Lá estavam, felizes e entusiasmados como qualquer outro aficionado, respeitáveis políticos de esquerda e de direita, alguns intelectuais bem conhecidos da nossa praça, artistas e até homens da ciência, para além, claro, dos omnipresentes colunáveis da praxe.
Nada disso me interessou muito: eu estava concentrada no meu próprio sótão interior, descobrindo velhas chaves de gavetas secretas que julgava perdidas para sempre. Mas não, ali estavam elas. Enferrujadas, poeirentas, mas ainda a funcionar. Experimentava-me, punha-me à prova no meu mais íntimo laboratório, testando fórmulas antigas em pipetas fumegantes e aguardando ansiosamente os resultados. Nesse estado letárgico de semi-lucidez dei comigo a corrigir, com uma certa arrogância snobe, os comentários leigos dos urbanos que me acompanhavam: não se diz "tourada", diz-se "corrida de toiros". E aquilo não é uma capa, é um capote. Aqueles que entraram agora não são toiros, são cabrestos. Não, nenhum toiro vai para dentro sem ser pegado pelos forcados. Se a pega não puder ser de caras, será de cernelha. Se ganham muito? Não, nem um tostão. São amadores, arriscam a vida por um jantar e uma boa dose de adrenalina. O forcado não está a fazer ski, está a rabejar! Raspar no chão e berrar não são sinais de bravura num toiro, mas sim de mansidão. E entredentes, resmungava: Ignorantes!...
Não vou defender - não caio nessa! - o espectáculo a que assisti com um prazer confesso. Não é possível justificá-lo racionalmente, porque é indefensável. É uma coisa de paixão, de emoção pura. Que apela ao que há de mais primitivo e pantanoso em nós, as entranhas onde escondemos todos os nossos instintos inconfessados. Os que caem na armadilha de justificar o fenómeno, com teses mais ou menos elaboradas, acabam desarmados e enredados na sua própria teia de argumentos condenados à nascença. Ouço-os dizer que é uma tradição e que as tradições constituem a identidade de um povo, e pergunto-me porque cuidamos tão mal de outros patrimónios bem mais edificantes, como o arquitectónico e o artístico, por exemplo. Ouço-os dizer que os toiros atraem turistas e os turistas aumentam as receitas do país, e pergunto-me se será para afugentá-los depois com o caos urbanístico das nossas costas. Ouço-os dizer, com um certo orgulho, que o toiro bravo seria já uma espécie extinta se não fosse a tauromaquia (porque só serve para esse efeito) e pergunto-me se vale a pena prolongar a vida de uma espécie apenas para esse fim perverso. Ouço-os dizer, genuinamente convictos, que a dignidade do toiro é respeitada ao ser-lhe dada a oportunidade de bater-se numa arena com o toureiro, e pergunto-me quem terá ensinado ao animal o conceito humano de dignidade, com a certeza de que este trocaria, de bom grado, o presente envenenado da dignidade por um punhado de erva fresca e uma manada de vacas para se entreter. Ouço-os dizer, ainda, que os toiros bravos não sentem a dor por causa da descarga de adrenalina, e pergunto-me muito seriamente que raio de desculpa é essa, e como se pode afirmar que um ferro aguçado a entrar num corpo vivo não causa dor. Ouço-os dizer, finalmente, que os espanhóis é que são cruéis porque matam o toiro na arena e nós não, e pergunto-me em que é que isso nos iliba da crueldade e que diferença fará ao bicho o sítio da matança, se é morto na mesma.
Diz-me o cérebro (sempre que está a funcionar), que de nada nos serviu a evolução da espécie humana se ainda nos deleitamos com espectáculos que evocam e recriam os mais bárbaros rituais dos nossos antepassados. Que uma coisa é matar para sobreviver - todos os animais o fazem, afinal - e outra, bem diferente, é torturar e matar por puro gáudio. Nesse capítulo, é sabido, somos mais irracionais do que todos os outros irracionais juntos. E o que nos diz esse facto incontestável? Uma coisa muito simples, que não nos agrada nada constatar: apesar de milénios de formatação civilizacional, existe em nós um primitivismo atávico e inultrapassável, ainda que amordaçado e obrigado a hibernar à força. E que convém não ignorá-lo, porque é perigoso e está apenas latente, não morto. Mal de quem não entende isso, e não está atento aos sinais. Os desprevenidos e os que recusam aceitar a sua condição de perigo potencial, acabam muitas vezes por transformar-se num perigo real, numa bomba relógio que explode sem pré-aviso. São aqueles casos que nos entram todos os dias pela casa dentro, nos jornais televisivos, e nos deixam a colher da sopa suspensa, a meio caminho da boca: estudantes enraivecidos que abatem os colegas estupefactos a rajadas de metralhadora, só porque a namorada os traíu; exemplares mangas-de-alpaca que viram assassinos de colegas de escritório, porque não foram promovidos; mães extremosas que atiram filhos pela janela, fartas da prisão que eles significam; inofensivos velhinhos de asilo que pegam fogo ao estaminé e assistem à cena a rir com gosto, deixando cair as dentaduras; caçadores de domingo que abatem um parceiro ao fim do dia, porque não chegaram a acordo na contagem das rolas.
Karl Marx insurgiu-se contra a religião, por esta ser o ópio do povo. Mas sabia bem que o povo precisa de um qualquer ópio para manter-se estável e razoavelmente dócil, suportando as rotinas e as muitas humilhações que lhe cabem sem mostrar os dentes da besta que tem lá dentro. O futebol cumpre essa mesma função cada vez mais, um pouco por todo o lado. Ali se descarregam muitos ódios e frustrações, que de outro modo poderiam ser fatalmente disparados em imprevisíveis direções. É só ver, nas multidões de adeptos, pacatos chefes de família prontos a matar pelo seu clube em qualquer discussão sem sentido.
Somos todos voyeurs (ninguém está imune), e nada nos satisfaz tanto como a desgraça ou o ridículo dos outros. Por alguma razão nos rimos, instintivamente, quando alguém cai e se magoa. Já pensaram nisso? E nas corridas de automóveis e motas, não estamos sempre à espera de um acidentezinho para "apimentar" a coisa? Que graça teriam os campeonatos de desportos aquáticos sem meia dúzia de quedas aparatosas? Como ignorar, honestamente, essa faceta sádica e perversa que há em todos nós? É assim que somos, queiramos ou não. Exterior sofisticado, interior mais do que duvidoso. E enquanto houver emoções em nós, enquanto houver zonas de penumbra, enquanto não formos todos robots, assim continuará a ser.
Em tudo isto pensei nestes dias, tentando encontrar uma explicação para o insustentável. Porque fui a uma corrida de toiros e fiquei a conhecer-me melhor, rendo-me à evidência: tenho um Olé! nos genes que vai morrer comigo. Preciso é de tomar conta dele, para que não se reproduza.
Nota:
Posted by ana v. at 19:55 4 comments
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