segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Amor # Paixão (5)

O amor embala.
A paixão sacode.


(Elton John - We all fall in love sometimes)

8 comments:

Dona Betã disse...

Não tem nada a ver com o rapaz que canta mas lembrei-me de uma frase de não sei quem: "Oh! O amor fará um cão uivar afinado".

E olha que não sou cínico, não penses :)))

ana v. disse...

Cínico? Pelo contrário, JG, isso é que é fé! LOL
bjs

Anónimo disse...

And I think it's gonna be a long long time
Till touch down brings me round again to find
I'm not the man they think I am at home
Oh no no no I'm a rocket man
Rocket man burning out his fuse up here alone

Von

miguel disse...

Não, não...Ana. Ao contrário. A paixão embala o pessoal num feitiço que pode desestruturar a cachimónia, já de si desestruturada nos tempos que correm. O amor sacode...isto é,sacode os colarinhos do pessoal ao mesmo tempo que nos diz de olhos bem abertos que nos fixam: " esse gajo(a) não é para o teu dente.Não vale um chavo".

Descobri a verdade na t-shirt de um aluno, onde estava escrito " Quem vê cus, não vê corações". Valorizar as carnes é um feitiço que embala.Os jovens já o perceberam.

ana v. disse...

Não era bem nesse sentido, tinha mais a ver com ritmos e balanços, que vão da cadência suave até ao terramoto...
Mas sabes que mais, Miguel? Visto por esse teu prisma pragmático, tens toda a razão! Porque o amor (e este seria outro post) é lúcido e abre-nos os olhos, como dizes, enquanto a paixão é autista, por isso mais parecida com cantos de sereia que nos embalam. Concordo contigo, mas não vou alterar as minhas frases para ver se alguém discorda.
Bom contributo.
Beijinhos

Huckleberry Friend disse...

Se o amor embala, não adormeçamos para sempre nos seus braços doces, nem quando nos protegem das sacudidelas por vezes brutas da paixão... acorde-nos alguém que sussurre, em tom falsamente alarmado, um petit-nom que não se pode dizer em público.

Se a paixão sacode, não temamos o seu abanão, deixemo-nos ir, sem medo da força da gravidade e sem medo de contrariá-la. A dança mais alucinada pode ser berço para calmarias póstumas...

Isto se nos ativermos ao corpo. Aos miolos, é certo, embala-os a paixão e sacode-os o amor, como disse o Miguel (Ana, isto parece fazer círculo com a primeira edição desta rubrica). Num caso ou noutro, é verdade que todos nos apaixonamos alguma vez, mas espera! Se o título da música diz fall in love, devo traduzir por apaixonar ou amorizar? Does it make a difference? Beijinhos, abraços et al.

Anónimo disse...

Cada cabeça sua sentença

e é bem verdade.

Ana, um dia com menos trabalho e com paci~encia hás-de me explicar porque é que a paixão é autista, porque não consigo vislumbrar a razão.

A paixão começa sempre por construir, por isso poder vir a dar em amor.

Mas se calhar temos maneiras diferentes de ver e é só isso, o que até é salutar.

Tive uma avó que dizia:
- Ora vê lá se todos escolhessem o amarelo?! o mundo tombava para um lado!


beijinho

ana v. disse...

Acho que todos temos razão, porque estamos a ver prismas diferentes do amor e da paixão. E é isso que é interessante, não é?
Quando eu digo que a paixão é autista, Marta, quero dizer isto: o amor interessa-se pelo objecto amado, quer conhecê-lo, entendê-lo, saber como ele é realmente, para então se dedicar a ele inteiramente, amando-o até nas suas limitações e defeitos. A paixão, pelo contrário, idealiza o seu objecto, pinta-o com as cores mais brilhantes e perfeitas que a sua imaginação prodigiosa sabe conceber e é incapaz de ver algo menor nessa perfeição. A paixão basta-se a si própria, não precisa da realidade para nada. Por isso lhe chamo autista.