quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Amor # Paixão (2)

O amor é um cruzeiro no Mediterrâneo.
A paixão é uma estadia na faixa de Gaza.
(Joaquin Sabina - Contigo)

18 comments:

João Paulo Cardoso disse...

Não sou homem de cruzeiros transatlânticos. Por que não gosto e porque não tenho carteira para isso.

Sou é definitivamente apaixonado por cidades.
Aqui ao pé de mim, costumo classificar o Montijo como o meu melhor amigo e Alcochete como a minha namorada.
Espero que o silogismo sirva para a tua série "Amor e Paixão".

Beijos.

ana v. disse...

JP,
A tua namorada é linda, concordo. Mas é uma namorada cómoda: não faz cenas de ciúmes nem te exige declarações de amor. Dá, mais do que pede. Sendo assim acho que te ama, segundo os meus critérios.
Já do teu melhor amigo, não posso falar. Não o vejo há muito tempo, não sei como tem envelhecido. Estará parecido com a faixa de Gaza, como tantos sítios na margem sul? À excepção do teu amado Pinhal Novo, claro (a tua amante secreta?)
bjs ;)

Anónimo disse...

Também não gosto de cruzeiros. Confesso que nunca fiz nenhum, mas nem me apetece porque só me lembro do "Love Boat",lembram-se? E depois dá-me para imaginar o luxo piroso e americanado, e um barco cheio de velhos vestidos de cor-de-rosa e azul-cueca, com risinhos histéricos de adolescentes, a correr para o bingo, ou para o jantar na mesa do comandante... Gosto de viagens em que me sinta LIVRE, em que não seja obrigada a aturar os turistas típicos, e gosto mesmo é que não haja turistas. Não gosto de carneiradas nem de excursões. Por isto
tudo, acho que nunca farei um cruzeiro. Pelo menos destes.
As minhas viagens e as que ainda não fiz são claramente diferentes: não necessariamente na faixa de Gaza, e de preferência sem perigo eminente, mas sempre com alguma emoção, leia-se paixão.
Por isso, parece que prefiro a paixão ao amor. Mas talvez prefira o amor - cruzeiro, mas num barco mais pequeno e sem turistas, salpicado muitas vezes pelas ondas... da paixão.
Ah, e também não gosto do mar sem ondas...

ana v. disse...

Olá, Rosa.
Essa tua evocação do "love boat", um sonho flutuante para a 3ª idade nos States, é fatal para a defesa do amor... Tu não me desgraces as metáforas, prima!
:)

Anónimo disse...

Olá! Cá estou, mais um sem grande vontade de cruzeiros... talvez por questões de bolsa e idade, identifico mais o amor com uma viagem de carro a dois, sem planificar demasiado. Apavora-me nos cruzeiros a ideia de se parar tão pouco tempo nos sítios, demasiado pouco para que os possamos tornar nossos. E aterroriza-me, talvez por causa do Love boat, a figura do animador de bordo. Prefiro, na viagem a dois, preparar surpresas no itinerário e/ou entregar toda a agenda a quem vai comigo (ambos correram tãããão bem da última vez!). Haverá sempre mini-faixas de Gaza, e algumas não tão mini, seja a viajar seja no recolhimento do lar... mas estou com a Rosa, em vez da dicotomia algo devedora de Maniqueu, viajemos em barcos íntimos que as ondas possam, de vez em quando, invadir. Beijinhos!

Anónimo disse...

O hu anterior sou eu, Huckleberry Friend... traições do teclado!

-JÚLIA MOURA LOPES- disse...

Av,
Que dizer-lhe a esta hora da noite em que já nem vejo o teclado?

O tema é polémico e penso que todos nós temos diferentes formas de amar. Corpo ou espirito? Lembrei de André Gide na Sinfonia Pastoral o que escolheu a heroina? - O corpo...
Dá que pensar...

Amanhã voltarei.

abraço e parabéns pelo espaço

ana v. disse...

Obrigada, Júlia.
A sua escolha - e a da heroína do André Gide! - será a próxima provocação. O corpo é uma boa escolha, porque não?

Um beijo

dade amorim disse...

Nada tão radical, Ana. Nem cruzeiros com animadores nem faixas de Gaza com terrenos minados. Barcos pequenos, por favor, e a paz possível para as circunstâncias... ;) Beijo pra você.

-JÚLIA MOURA LOPES- disse...

bem dito!

...embora qualquer esolha que se faça provocará tormento, porque é escolha e presume sempre gostar-se das duas partes. As duas juntas não serão o ideal? ou é utopia?

à bientôt

ana v. disse...

Acho que não é utopia, é perfeitamente possível e é fantástico. Utopia é acreditar que essa harmonia vai durar toda a vida...

ana v. disse...

Bem vinda, Adelaide. Já tinha sentido a sua falta.
Um beijo também para vc.

-JÚLIA MOURA LOPES- disse...

também acho que não, até porque não concebo um sem o outro.

Pronto, já disse tudo :-)

Sofia K. disse...

Mais uma pouco adepta dos cruzeiros... Mas sim de um 'love boat' particular, perdido no meio do oceano, aportando aqui e ali... e é claro que isso implica épocas de tormenta e de tempestade, que bem se podem assemelhar à faixa de Gaza.

A paixão são as viagens novas, os novos portos, a novidade, a mudança e o prazer que isso dá!

Se pudermos ter os dois lados: o navegar calmo do amor e formos capazes de levantar as ondas da paixão... melhor! E não, não é utopia!

beijinhos

Anónimo disse...

Se por "durar toda a vida" entendermos uma harmonia estática e sem mutações, então é mesmo utopia... porque a rotina pode matar a paixão. E o amor rotineiro... bah!

Mas talvez não seja utópico, querida blogmistress Ana, acreditar na harmonia a muuuuuuuito longo prazo se a encararmos como algo dinâmico, que tem altos e baixos, que por vezes se esconde, mas que temos de saber reinventar (mais do que repetir). Ou é?

-JÚLIA MOURA LOPES- disse...

a rotina mata o que quer que seja.

E as coisas pela metade enquadram-se no que chamamos AMOR?

para mim,não

abraços

ana v. disse...

Júlia e Pedro,
Respondi no Amor # Paixão 3, aos dois. O baile continua lá.
Beijinhos

Anónimo disse...

Sorry, Prima. Não era minha intenção desgraçar as metáforas de ninguém, até por que estou a gostar imenso do baile!
Beijo
Rosarinho