domingo, 13 de janeiro de 2008

Uma lágrima, um voto

Acabei de ouvir Marcelo Rebelo de Sousa dizer que Hillary Clinton ganhou em New Hampshire porque chorou em público. Ao que parece, comoveu-se e soltou umas oportuníssimas lágrimas, quando uma velhinha lhe perguntou como reagia ao excesso de pressão desta campanha.
Concluíu Marcelo que a senhora mostrou, desta forma, uma faceta mais humana que lhe rendeu votos preciosos. Talvez tenha razão, não sei. De qualquer maneira, ver alguém chorar por votos, a mim, parece-me hillaryante.

11 comments:

Anónimo disse...

Lágrimas só quando estou a descascar cebolas... e nunca me renderam o que quer que fosse... a não ser umas valentes picadelas nos olhos, que a cebola não é para brincadeiras... alguém viu se a senhora tinha alguma cebola nas mãos?...

PSB disse...

Com cebola ou sem cebola, lágrimas de crocodilo ou puxadinhas do fundo à bom estilo hollywoodesco, estas primárias já nos trazem uma quase certeza: pelos democratas, daqui por um ano, as eleições norte americanas serão disputadas por um negro ou por uma mulher, o que, por si só, é uma mudança substancial. Se acrescentarmos a mais do que provável rotação partidária, depois das várias bu(sh)rrices do actual senhor do mundo, um destes dois personagens será o próximo(a) presidente dos EUA. É caso para ficarmos expectantes, mais do que o normal, em relação à forma como irão influenciar o futuro mundo.

ana v. disse...

Ratatouille,
As cebolas podem ser um óptimo alibi, às vezes, para justificar as lágrimas de um cozinheiro. Porque, imagino, os cozinheiros também choram...

PSB,
Pois é, variantes não faltam nas próximas eleições nos States. Mas seja lá quem for que ganhe a Casa Branca, tem sempre uma enorme benesse: só poderá vir a ser melhor do que Bush, que vai ficar com certeza na história como o pior presidente americano de sempre.

Capitão-Mor disse...

Se eu tivesse a pressão que ela tem nos ombros, acho que também chorava! Acho que o MRS faz uma análise brejeira...
Boa semana para ti!

el.sa disse...

O jogo de palavras com o nome da Hilary ficou brilhante;)

Beijinhos votando em ti***

ana v. disse...

Boa semana também para ti, Capitão.

Feitixeira,
Vindo de ti, o elogio é enorme. Jogos de palavras é contigo mesmo!
Um beijo

Bichodeconta disse...

Completamente de acordo..um abraço, ell

samuel disse...

A dona H. Clinton, não precisava de se espremer tanto por uns votos...
Primeiros, se insiste nas lágrimas o povo pode desconfiar. A surpresa só funciona bem uma vez!
Segundos, espremer-se tanto em público é relativamente "perigoso".
Terceiros, bastar-lhe-ia seguir o socrático exemplo do nosso presidente do conselho e mentir, mentir muito!

ana v. disse...

Isso ela deve ter aprendido a fazer com o maridinho... que, pensando bem, mentia muito mal.
Estou a dizer isto mas gostava dele, não fosse a escorregadela de um vestido azul, num país de moralistas implacáveis que têm muito lixo debaixo dos tapetes.

-JÚLIA MOURA LOPES- disse...

:-)

gostei do "hillaryante".

Dão que pensar as lágrimas dela... Concluo que faz tudo pelo poder. Aguentou firme e sem lágrimas o vexame da traição sexual. Agora verte lágrimas pela mesma causa...
hillaryante, sem dúvida!!
beijinho

ana v. disse...

Ora aí é que está o ponto, Júlia: parece-me que é difícil que haja maior pressão do que a que ela teve nessa altura, com o mundo inteiro a comentar-lhe a vida privada, o senado a querer saber todos os pormenores sórdidos, as anedotas que surgiram, etc. E ela aguentou-se sempre com um sorriso solidário, sem uma lágrima. E agora chora pela pressão de uma pré-campanha???? Nah... essa não cola. Por isso não resisti ao trocadilho.
beijo