:) Primeiro boa música, depois boa poesia e um dos meus pintores preferidos... fiquei abastecida de beleza para o resto do dia! Já agora... deixa-me só dizer-te que eu tenho andado por aqui, a cuscar regularmente, só que estava com problemas na rede e não conseguia abrir as tuas caixas de comentários. Agora já posso :)! Beijinhos! e continua a brindar-nos com coisas bonitas... (ok eu sei que o Sócrates e a Hillary estão lá em baixo... mas depois de Pessoa e de Magritte quem é que quer saber deles?! :)
Esta tocou diteitinha no meu coração e tu sabes bem porquê! - "Eu não tenho filosofia: tenho sentidos."
Parece mesmo escrito para mim! A maravilha da poesia é esta capacidade de a podermos reiventar a cada dia nas nossas vidas! De a reescrevermos com a nossa história e de a encaixarmos nos nossos pedaços de vida! Lembrei-me de um poema de Gian Franco Pagliaro que podes ler e ouvir aqui!
Não seria natural Só vagamente possível E ainda assim pareceu-me urgente Foi como que transcendente A metafísica sensual Cuja triste melodia E bucólico pulsar Tornaram exequível A megalomania de te amar
Queen, Já tinha saudades de ver-te por aqui! Ainda bem que acertei com os teus gostos, que são parecidos com os meus. Um beijo
Niña, É verdade: a boa poesia é aquela que parece ter sido escrita para nós porque se aplica à nossa vida em certos momentos. A do Pessoa é eterna, aplica-se sempre. Vou lá espreitar o teu poema, obrigada. Beijinhos
Franz-Josef, Seja bem vindo. Parece que temos mais um poeta nesta Porta. Não sei dizer grande coisa na sua língua natal, mas o contrário já não é verdade. Belas palavras. E, já agora, deixe que lhe diga que o amor nunca é megalómano. A não ser que se apaixone pela rainha de Inglaterra, e mesmo assim... why not?
Permita-me uma correcção. O poema que apresenta não é de Fernando Pessoa, o ortónimo, mas sim de Alberto Caeiro, o heterónimo.
Parece que não tem importância, mas tem. Enquanto Caeiro é um apologista da recusa do pensamento porque, para ele, o homem não é mais que uma flor ou um rio, e se estes não pensam, por que motivo deverá o homem pensar? Aliás, a recusa do pensamento é afinal a inocência. Caeiro é um heterónimo contraditório, mas isso é outro assunto. Pessoa, o ortónimo, é aquele que pensa. Ele sabe que o pensamento faz sofrer, mas o que é que ele pode fazer? Podemos encontrar a tentativa de resolução no seguinte: (...) Ah, poder ser tu, sendo eu! Ter a tua alegre inconsciência, E a consciência disso! (...) E o problema fica por resolver, porque tal é impossível.
Provavelmente, Caeiro será uma "possível" solução. (...) O único sentido íntimo das cousas É elas não terem sentido íntimo nenhum. (...)
E eu gosto de tê-lo por cá, Fernando (não é o próprio Pessoa, não?...). Obrigada pela correcção oportuníssima, que será já atendida. Tem razão, Caeiro e Pessoa (o ortónimo) não são o mesmo. Neste caso dou razão ao Caeiro, porque acho, como ele, que o amor não é para ser pensado. É para ser sentido. Mas nem sempre nos podemos dar a esse luxo(porque é um luxo não pensar), não é?
Jayme, que bom ver vc por cá outra vez! A sua glosa ao "poeta fingidor" é inesquecível. Um dia destes ponho-a aqui outra vez. Volte sempre.
já conheço esse seu paleio de outros blogs, sempre a caminho do aeroporto. Não nos conhecemos de lado nenhum nem trocámos nunca uma palavra, sequer. Não sou de censuras nem de apagar comentários, mas não quero publicidade encapotada aqui. Por isso, apanhe lá o avião de uma vez por todas e não volte. A não ser que tenha alguma coisa de mais interessante para dizer.
Obrigada, Samuel. Esse é talvez o maior elogio que já fizeram a este blog: fazer bem, seja ao que for. Também tenho andado afastada do Cantigueiro, mas hei-de voltar. Ainda hoje lá passo.
JP, o post nº 200 é fantástico como todos os outros, ou ainda mais. Estás como o vinho do Porto, por isso deixa-te de crises de identidade!
Para a autobiografia A MINHA VIDA de Lou Andreas-Salomé, a mulher que teve o amor de Rilke e de Nietzsche, e que conviveu intimamente com Freud, Gillot, Rée, e muitos outros homens célebres da sua época. Um relato interessantíssimo, na primeira pessoa, de uma mulher excepcional. Para um dos meus filmes preferidos de sempre - QUEM TEM MEDO DE VIRGINIA WOOLF?, de Mike Nichols - que revejo sempre com o mesmo prazer. É superior o texto de Edward Albee, são-no também as interpretações, de um casal "ao rubro", de Liz Taylor e Richard Burton. O filme, não por acaso, conseguiu um feito único na história do cinema: foi nomeado para todas as categorias dos Oscares, em 1966. Para o filme AS HORAS, que vai fundo na análise da infelicidade extrema dos inadaptados sociais, tendo como novidade o prisma de uma outra infelicidade: a das pessoas ditas "normais" que os amam e rodeiam, sofrendo tanto ou mais do que eles e não tendo, sequer, o bálsamo da loucura ou da genialidade. Interpretações inesquecíveis de Nicole Kidman, Julianne Moore e Meryl Streep. Para o filme DIÁRIO DE UM ESCÂNDALO, em que Judi Dench e Cate Blanchett nos guiam maravilhosamente, num brilhante argumento, pelos meandros da manipulação e da perversão femininas. Não percebo como não levou quase todos os Oscares do ano. Para o filme INFAMOUS, de Douglas McGrath, em tudo superior ao mediático e oscarizado "CAPOTE" (que aborda o mesmo tema). Um lote de actores de primeira água numa produção de baixo orçamento, a provar que os filmes fora do mainstream estão cada vez mais na moda, nos States. Para o filme HABLE CON ELLA, de Pedro Almodôvar, que consegue a proeza de transformar em pura poesia um dos mais abjectos crimes imagináveis - a violação - cometido, ainda por cima, sobre uma mulher completamente indefesa. Um filme que fala de um amor incondicional, desesperado, comovente. De um amor que, no seu profundo desajuste, nos faz questionar tudo e redime aos nossos olhos toda a Humanidade.
14 comments:
:) Primeiro boa música, depois boa poesia e um dos meus pintores preferidos... fiquei abastecida de beleza para o resto do dia!
Já agora... deixa-me só dizer-te que eu tenho andado por aqui, a cuscar regularmente, só que estava com problemas na rede e não conseguia abrir as tuas caixas de comentários. Agora já posso :)!
Beijinhos! e continua a brindar-nos com coisas bonitas... (ok eu sei que o Sócrates e a Hillary estão lá em baixo... mas depois de Pessoa e de Magritte quem é que quer saber deles?! :)
Esta tocou diteitinha no meu coração e tu sabes bem porquê! - "Eu não tenho filosofia: tenho sentidos."
Parece mesmo escrito para mim! A maravilha da poesia é esta capacidade de a podermos reiventar a cada dia nas nossas vidas! De a reescrevermos com a nossa história e de a encaixarmos nos nossos pedaços de vida! Lembrei-me de um poema de Gian Franco Pagliaro que podes ler e ouvir aqui!
beijinhos
Não seria natural
Só vagamente possível
E ainda assim pareceu-me urgente
Foi como que transcendente
A metafísica sensual
Cuja triste melodia
E bucólico pulsar
Tornaram exequível
A megalomania de te amar
Queen,
Já tinha saudades de ver-te por aqui! Ainda bem que acertei com os teus gostos, que são parecidos com os meus.
Um beijo
Niña,
É verdade: a boa poesia é aquela que parece ter sido escrita para nós porque se aplica à nossa vida em certos momentos. A do Pessoa é eterna, aplica-se sempre.
Vou lá espreitar o teu poema, obrigada.
Beijinhos
Franz-Josef,
Seja bem vindo. Parece que temos mais um poeta nesta Porta. Não sei dizer grande coisa na sua língua natal, mas o contrário já não é verdade. Belas palavras. E, já agora, deixe que lhe diga que o amor nunca é megalómano. A não ser que se apaixone pela rainha de Inglaterra, e mesmo assim... why not?
Sempre sábio, esse português.
Permita-me uma correcção. O poema que apresenta não é de Fernando Pessoa, o ortónimo, mas sim de Alberto Caeiro, o heterónimo.
Parece que não tem importância, mas tem. Enquanto Caeiro é um apologista da recusa do pensamento porque, para ele, o homem não é mais que uma flor ou um rio, e se estes não pensam, por que motivo deverá o homem pensar? Aliás, a recusa do pensamento é afinal a inocência. Caeiro é um heterónimo contraditório, mas isso é outro assunto.
Pessoa, o ortónimo, é aquele que pensa. Ele sabe que o pensamento faz sofrer, mas o que é que ele pode fazer? Podemos encontrar a tentativa de resolução no seguinte:
(...)
Ah, poder ser tu, sendo eu!
Ter a tua alegre inconsciência,
E a consciência disso!
(...)
E o problema fica por resolver, porque tal é impossível.
Provavelmente, Caeiro será uma "possível" solução.
(...)
O único sentido íntimo das cousas
É elas não terem sentido íntimo nenhum.
(...)
Gosto de visitar o seu blogue.
Fernando
E eu gosto de tê-lo por cá, Fernando (não é o próprio Pessoa, não?...). Obrigada pela correcção oportuníssima, que será já atendida. Tem razão, Caeiro e Pessoa (o ortónimo) não são o mesmo. Neste caso dou razão ao Caeiro, porque acho, como ele, que o amor não é para ser pensado. É para ser sentido. Mas nem sempre nos podemos dar a esse luxo(porque é um luxo não pensar), não é?
Jayme, que bom ver vc por cá outra vez! A sua glosa ao "poeta fingidor" é inesquecível. Um dia destes ponho-a aqui outra vez. Volte sempre.
Caro "barb",
já conheço esse seu paleio de outros blogs, sempre a caminho do aeroporto. Não nos conhecemos de lado nenhum nem trocámos nunca uma palavra, sequer. Não sou de censuras nem de apagar comentários, mas não quero publicidade encapotada aqui. Por isso, apanhe lá o avião de uma vez por todas e não volte. A não ser que tenha alguma coisa de mais interessante para dizer.
boa resposta À "barb", Ana! eheheh
Belo Poema do Tio Alberto Caeiro aka Álvaro de Campos aka Fernando Pessoa aka Ricardo Reis aka Bernardo Soares.
Bem a propósito de heterónimos, o "Eldorado" chega ao post nº200 em plena crise de identidade.
Ler para crer.
Beijos.
Cara AV
Venho a ver e ler o blog desde "lá de baixo" e realmente tenho que passar aqui mais vezes... até se tornar um hábito.
Este blog faz bem!
Abraço.
Obrigada, Samuel. Esse é talvez o maior elogio que já fizeram a este blog: fazer bem, seja ao que for. Também tenho andado afastada do Cantigueiro, mas hei-de voltar. Ainda hoje lá passo.
JP, o post nº 200 é fantástico como todos os outros, ou ainda mais. Estás como o vinho do Porto, por isso deixa-te de crises de identidade!
Caeiro, o da alma limpa!
Ah, tenho que a visitar mais vezes,sim!
Caeiro sempre, Júlia!
E volte sempre, claro.
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