sábado, 26 de janeiro de 2008

Sabes o que é um estereograma?


Desafiada por um amigo com a pergunta "Sabes o que é um estereograma?" embrenhei-me, intrigada, pelo estranho mundo do trompe l'oeil que reina aqui neste site. Lá estão os ditos estereogramas, para todos os gostos, provocando-nos com a seguinte frase sobre cada imagem: Stare at the picture below. Can you see the hidden image?
Obedientemente, fixei o quadro à minha frente, no écran do computador. Nada, nenhuma revelação. Mas eu tinha sido avisada: "Tens que esperar um bocadinho e ter paciência. Mas vale a pena, porque, quando conseguires ver, é um espectáculo!" Por isso me dispus a esperar, com os olhos presos às difusas manchas coloridas que teimavam em não se transformar em nenhuma espécie de hidden image. Esperei. Nada. Esperei mais, experimentando novas formas de olhar aquilo: de mais longe, de mais perto, fixando os olhos no centro do rectângulo, nos cantos, semicerrando os olhos, etc. Nada. Tentei quase todos os estereogramas (há uma longa lista à escolha, de todas as cores e com vários temas). Nada. Só manchas, às vezes com um ou outro boneco irritante a um dos cantos ou uma fila de figurinhas em baixo ou em cima, e um emaranhado de teias de aranha no meio.
Já exasperada, fui procurar explicações para a minha cegueira funcional quanto a estereogramas. E encontrei-as, para minha frustração: "Pessoas com problemas de convergência ocular não conseguem ver as imagens". Lembrei-me do meu saudoso oftalmologista e amigo da minha mãe, o querido Dr. Sousa e Faro (era igual ao actor David Niven, a ponto de lhe pedirem autógrafos, na rua), que me diagnosticou esse problema desde muito cedo: "A miúda tem um problema de focagem, nada de especial. Isto corrige-se, com paciência e uns óculos apropriados". Ora eu nunca tive paciência para tratamentos nem quis usar os tais óculos, por isso continuo a ter o mesmíssimo problema de convergência, que nunca me atrapalhou a vida e apenas me impede de centrar devidamente figuras e objectos no campo visual (por exemplo em fotografias, quando me sai, na revelação, a pessoa que estava ao lado da que queria fotografar...).
Tudo isto para te dizer, P., que agradeço a dica mas nunca cheguei à sensação fantástica que me descreveste. Os céus ou os meus genes presentearam-me com um ouvido absoluto mas, em compensação, negaram-me os prazeres ópticos dos estereogramas. Paciência. Se eu quiser ver imagens que não estão ao alcance dos meus olhos, tenho uma boa solução: fecho-os e recorro à imaginação e ao sonho, que, felizmente, nunca me faltaram. Costumo dizer que, se fechar os olhos, até o mar vejo.
Mas deixo aqui a dica, para todos os que têm olhos normais. Vão lá espreitar e digam-me o que acharam, está bem? Só para me fazer inveja. Aproveitem...
Nota: O estereograma acima chama-se "Horse". A quem descobrir um cavalo no meio deste caos de minhocas, desejo um belo e orgástico momento.

15 comments:

African Queen disse...

Não és a única Ana! Eu tb acabei de descobrir que tenho um problema de focagem LOL. Vim espreitar o blogue para fazer uma pausa no trabalho e quase que tive um esgotamento a tentar ver imagens escondidas :) Consegui imaginar muita coisa, mas ver, ver, eu não vi nada do que era suposto :(.
Beijinhos

ana v. disse...

Olá, AQ!
Bom, parece que já não sou a única... lol... fico ainda mais curiosa de saber quem vai conseguir. Espero que alguém mais, para nos contar como é.
beijos

Anónimo disse...

Devo sofrer do mesmo mal!!!

Olhei tanto e tantas vezes, só vi a minha fisionomia reflectida no ecrã do pc.
Cavalo só na imaginação!!!!
E a propósito de imaginação, parece um quadro pintado com os restos das folhas secas, do Outono passado.

PSB disse...

Eu avisei que não era fácil. E também fiquei desiludido às primeiras. Mas não desistam. Não prometo momentos orgásmicos(...) mas é uma experiência gira. Dou uma ajuda: interponham um objecto entre os olhos e o estereograma, uma caneta, por exemplo. Sobre o plano do estereograma, fixem a ponta da caneta. Até cansar. Quando já estiverem com os olhos em bico, olhem através da caneta para o estereograma, desfocando da caneta. Vão ver não só a imagem sugerida como, por trás dela, um infinidade de planos sobrepostos com uma perfeita noção tridimensional.
Ana, não sei se funciona com problemas de focagem diagnosticados. Eu, perfeito pitosga ao perto e na meia distância (uso lentes progressivas), consegui "ver a luz" com este truque.
Beijinhos e boas experiências.

PSB disse...

PS. Quando virem as 3 dimensões podem tirar a caneta da frente à vontade, que a sobreposição de imagens não desaparece. A ponto de pensarem como é que eu não vi logo isto, se está lá, tão nítido?

African Queen disse...

Obrigada pelas instruções :)! Estou mais feliz... afinal não sou pitosga :) EU VI!

ana v. disse...

Pois eu... nada! :(

AQ, ainda bem que VISTE A LUZ!!!
(Já podes criar uma seita, Pedro. As conversões começaram...)

Anónimo disse...

Vi uma parede ao fundo e o cavalo em 3D. Só consigo com o truque da caneta, quando a retiro o cavalo desaparece.
Mas é um cavalo com defeito uma grande cauda e quase que não tem patas...

:(

ana v. disse...

LOOOOOOOL!

Um cavalo deficiente?
Pedro, assim precisas de um milagre...

tcl disse...

já estava a pensar que também tinha o tal problema mas com o truque do lápis, a coisa funciona mesmo... vê-se a imagem em 3D. bem giro, sim senhora!

ana v. disse...

E eu só vejo as meninas a aprender, mas não vejo os cavalos a correr... bolas!

T disse...

Ia enfiando era a caneta nos olhos.
Ná, não vi nada.
Junto-me ao grupo das meninas sem cavalos!

ana v. disse...

Join the club, T.
Quem sabe se um dia seremos "tocadas pela graça"?

Sofia K. disse...

Isto não é para loiras... estou a ver... ou melhor, não vejo nada!

beijinhos

Huckleberry Friend disse...

Alguns são muito giros (este não), mas a orgásticos duvido que cheguem... aqui há uns anos, o Público distribuiu alguns e só ao quarto ou ao quinto é que consegui ver alguma coisa. Giro, giro, é ver alguém a tentar ver um estereograma! Beijos e abraços.