sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Famosos imbecis

"É preciso uma boa dose de imbecilidade para querer ser famoso"

Esta frase, de grande efeito dramático, foi dita por Miguel Sousa Tavares ao DN Online, numa entrevista recente a propósito do lançamento do seu segundo romance, Rio das Flores. O qual, by the way, teve uma notável 1ª tiragem de 100.000 exemplares!!
Então, Miguel, que mau feitio é esse? Sejamos honestos: será que tem alguma dúvida de que os seus livros não se venderiam como pãezinhos quentes, se você não fosse... famoso????

Eu, então, acho que basta uma boa dose de desconhecimento daquilo que é a fama, e mais outra boa dose de ambição, para se querer ser famoso.

E não é por aí, afinal, que começam quase todos os famosos?
Nota: Vale a pena ler o resto da entrevista.

8 comments:

Mad disse...

Outro convencidão que escreve bem. Ele também se esqueceu da grande vantagem de ser famoso: dá dinheiro. Mas não deve ser por dinheiro que ele escreve... ;)

Huckleberry Friend disse...

...embora não deva escorrer pouco, a julgar pela tiragem e pelo muito que a editora está disposta a gastar em promoção, Mad!

Ana, subscrevo. E acrescento que gosto de ouvir e ler o Miguel Sousa Tavares, embora já tenha gostado mais. Quanto aos romances, ainda não peguei. Um dia...

ana v. disse...

Também não acredito que ele escreva por dinheiro, embora não diga que não ao produto das vendas do livros. E é bastante, a avaliar pelas sucessivas edições. Mas isso até acho normal. O que é irritante é ouvir alguém falar assim, de poleiro, quando usufrui de todas as vantagens que tem a fama. Tem desvantagens, também? Claro que sim, todas as moedas têm 2 faces.
O MST até nem teve que se esforçar por ser famoso, já que nasceu de pais famosos.
Gosto dele como escritor e como jornalista (embora nem sempre), mas não tenho paciência para este "género". É um menino mimado, a que toda a gente dá demasiada importância.

Leonor disse...

Eu acho que o MST prima por essa imagem de enfant terrible. Adora dizer coisas que sabe que irão originar reacções por parte do público. A seu tempo vou ler o último livro dele, mas o meu preferido é mesmo o Sul.
Bjs

ana v. disse...

Concordo, Papalagui. Acho que ele é um excelente cronista de viagens. Mas gostei bastante do Equador.
Bjs

Dona Betã disse...

Devo ser um dos poucos portugueses que não leu o Equador. Gostei do Sul. É nas crónicas e relatos de viagens que ele é brilhante, eu acho. Não vou ter grande pachorra para ler seiscentas e tal páginas sobre um assunto que pouco me interessa. Tal como o do Equador.

No entanto, acho aceitável o tempo que decorreu desde que saiu o Equador (2003) para escrever tanta prosa. Não é de uma penada que se faz um romance tão longo e que presumo bem elaborado.

O que eu acho espantoso é o ritmo a que o José Rodrigues dos Santos, esse sim um verdadeiro fenómeno da verborreia escrita, que faz livros de 700 páginas em pouco mais de seis meses, uma vez que há que contar com o tempo para revisão, composição, impressão, etc, etc. Livros desse "escritor" não li, não vou ler e não vou gostar.

Bom domingo

ana v. disse...

Só li, do JRS, o Codex - a tese do Colombo português. Um bom tema, uma fórmula infalível (a do Dan Brown...), mas pouco mais. Não li os outros. E concordo que escrever a este ritmo é "encher chouriços".

Anónimo disse...

O que é uma imbecilidade, julgo eu, até porque não li nem quero ler nada dele é o simples facto de aceder a esse conceito e escorregar nele.
JCM