Exemplar, a atitude do Dalai Lama quanto ao facto de não ser alvo de uma recepção oficial. Como era de se esperar. Desvalorizou em absoluto uma falha imperdoável - na minha opinião e na de muitos - do governo português, e as suas labirínticas razões para ignorar olimpicamente a visita de um líder espiritual desta envergadura, tão bem explicadas ao país por Luís Amado: "Por motivos óbvios, conhecidos de todos" (??)
Com um sorriso simpático e a habitual simplicidade que o caracteriza (e muita gente confunde, erradamente, com ingenuidade ou mesmo infantilidade) foi dizendo algumas verdades incómodas aos microfones da SIC: que o que o move é a paz e a harmonia entre os povos, e não as honrarias de um reconhecimento oficial nos países por onde passa; que os governos raramente fazem o que deviam quanto aos nobres objectivos humanitários com que ganham eleições; que a última coisa que quer é causar embaraços aos governantes, e que está habituado a estes constrangimentos políticos (o respeitinho à China é muito bonito, nada de provocar a potência que já está a dominar o mundo...).
Enfim, o Dalai Lama deu a todos nós uma lição em todas as frentes, própria de um homem inteligente e sábio que mereceu, por alguma razão!, a atribuição de um Nobel da Paz. E ainda demonstrou ter sentido de humor, ao afirmar que o tinham convidado e pago o bilhete, que era o mais importante.
No problem!, disse ele, sorridente, e percebe-se nessa simples declaração como este homem está acima das menoridades humanas.
Com um sorriso simpático e a habitual simplicidade que o caracteriza (e muita gente confunde, erradamente, com ingenuidade ou mesmo infantilidade) foi dizendo algumas verdades incómodas aos microfones da SIC: que o que o move é a paz e a harmonia entre os povos, e não as honrarias de um reconhecimento oficial nos países por onde passa; que os governos raramente fazem o que deviam quanto aos nobres objectivos humanitários com que ganham eleições; que a última coisa que quer é causar embaraços aos governantes, e que está habituado a estes constrangimentos políticos (o respeitinho à China é muito bonito, nada de provocar a potência que já está a dominar o mundo...).
Enfim, o Dalai Lama deu a todos nós uma lição em todas as frentes, própria de um homem inteligente e sábio que mereceu, por alguma razão!, a atribuição de um Nobel da Paz. E ainda demonstrou ter sentido de humor, ao afirmar que o tinham convidado e pago o bilhete, que era o mais importante.
No problem!, disse ele, sorridente, e percebe-se nessa simples declaração como este homem está acima das menoridades humanas.
9 comments:
Ana,
Não existe problema em ser doce, inteligente e bem humorado. O Dalai, de mansinho, ensina quem quer aprender, os poucos.
Grande beijo
Grande verdade, Lord. Pena é que queiram tão poucos.
beijão
É verdade Portugal como sempre, nestas coisas da diplomacia Internacional e em tantas outras, tem sempre demonstrado pequenês, contrariamente ao grande povo que somos.
É pena muita pena que nos tenhamos que sujeitar às pressões externas em vez de nos guiar-mos pelos princípios de condutas mais condizentes com Humanismo e Espiritualidade, que este Santo Homem vem apreguando ao Mundo.
Esqueceu-se o Mundo que o que aconteceu no Tibete foi uma ocupação territorial tal como a que aconteceu com Timor.
Estamos mais preocupados em receber Robert Mugabe, para a cimeira UE, União Africana, querendo forçar os Ingleses, que tambem não são flor que se cheire, mas que neste caso tem carradas de razão para não quererem sentar-se à mesa com esse senhor.
Mas infelizmente é assim e por isso a Democracia, tal como dizia Churchil é uma merda mas que não existia nada melhor, está como está em plena queda de nações que são as nossas. É a queda do império ocidental tal como o conhecemos, e ou se dá uma mudança de sistema e acima de tudo de líderes, ou não sei para onde caminhamos.
Beijos, pp.
Falou e disse, Pepê!! Não tenho mais nada a acrescentar.
beijos
O Dalai Lama fica com aquele ar que o define, pacífico, culto, simples e bem humorado, mas deve ter as mãos a arder...
Algumas das suas declarações são verdadeiramente grandes estalos na cara dos "corajosos dirigentes que temos".
É mesmo, Samuel. É completamente desarmante, e vai dizendo tudo o que acha importante.
Apoiado!
O Dalai Lama causa engulhos a muita gente. É incómodo porque representa, simbolicamente, todos os explorados e ofendidos pelos poderes.
É por isso que tem este carisma e o merece.
Manel. Podes fazer copy-paste do que escrevo a seguir:
"Mário. Que inflamado. Falaste abaixo do Dalai Lama e afinal ele veio aqui parar. És um revolucionário de esquerda com laivos de direita. Não sejas inflamado que as causas, como a liberdade, a opressão e a injustiça não merecem inflamação. Apenas infecção...
MT, Amigo do vento de longa data"
Mário "inflamado",
Não é só por aquilo que representa, é por ser absolutamente inatacável. Desarmante, como já disse. Ninguém o verga, mas tem sempre um sorriso simpático mesmo para quem o provoca ou o tenta humilhar. Essa superioridade é que é a maior arma dele, porque faz os seus opositores sentirem-se mesquinhos.
Não te metas com o Manel Longa Data, que estava só a ser cavalheiro comigo...
beijo aos dois
Enviar um comentário