segunda-feira, 30 de julho de 2007

Sonho de uma Noite de Verão


Aos 89 anos morreu, esta madrugada, Ingmar Bergman, o realizador que mais e melhor notabilizou o cinema nórdico.
Deixa-nos uma herança composta de muitos e belíssimos filmes, numa visão pessoalíssima dos dramas humanos, em todos os seus cambiantes. Mas não só. Bergman revelou sempre um carinho e interesse muito especiais pelo universo feminino, pela sua complexidade e infinitas nuances. Por contraste com as personagens masculinas dos seus filmes, muito mais tipificadas, as mulheres de Bergman são sempre ricas de contrastes, movem-se e evoluem na trama com surpresa e desenvoltura. A sua maior musa foi Liv Ullmann, a quem ofereceu, ainda há pouco tempo, talvez o papel mais importante da sua vida de actriz: o de Marianne, em Saraband (uma espécie de continuação, muitos anos depois, do filme Cenas da Vida Conjugal, embora com diferenças essenciais que impedem a sua classificação como "sequela" deste).
Mas Bergman não se esgotou no cinema: foi também escritor, director artístico e encenador de teatro, tendo levado à cena inúmeras e importantes peças de teatro e óperas.
A sua vasta obra somou prémios internacionais de prestígio e foi aclamada por todo o mundo, embora a Academia de Hollywood lhe tenha negado sempre o Óscar (para o qual foi nomeado, por várias vezes).

Partiu numa noite de Verão, talvez sonhando ainda. Ficam os seus filmes, vencendo por ele o Tempo, para lembrá-lo e nos deliciar.
Legendas:
1. Em cima - Bergman, durante a rodagem de Morangos Silvestres (1957).
2. Em baixo - Os estúdios Rasunda, nos arredores de Estocolmo, berço de grande parte da sua filmografia.

2 comments:

Anónimo disse...

Inesquecível o seu filme "Fanny e Alexandre". Inesquecível o livro. Inesquecível o homem.

Não sabia. Hoje vou falar dele no meu cantinho.

Beijo

ana v. disse...

Um dos meus favoritos também. Mas são tantos, e tão bons!

bjs
ana