quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Rescaldo

Natal: nascendo o esquecimento

Sentada na mesa farta, farto-me de pensar. Não se faz luz nos castiçais da memória.
Decoro as cobiçosas entradas sobre a mesa, desadornando as saídas da minha mente.
Os meus pensamentos voam como borboletas poisando no fulgir da árvore matizada. Deslizo no brilho das bolas e na imponência das fitas. Esqueci-me de uma fita no presente da minha mãe.
No meu presente, não esqueço o maravilhoso laço que nos liga. Acho que passará bem sem fitas!
Destaco a fita-cola de cada um dos papéis que envolvem os meus presentes. Que tenho eu para dar? Terá valor o que tenho para oferecer?
Embrulhei-me na azáfama, vendo o tempo sempre a escassear. A venda do consumo consumia-me os olhos. Vendo bem, estaria eu a vender-me?
Comprei o que pensei que faria as pessoas felizes. Fugaz felicidade em saquinhos.
Em cada saquinho estava uma prenda, mas isso não faz de mim prendada.
Não se prendam com o que digo. Muitas pessoas se alegram hoje, embora dando importância a diferentes conteúdos.
Eu apenas acho que me esqueci de alguma coisa… Não havia alguém que fazia anos hoje?

Nota: Encontrado aqui, onde as palavras são escolhidas a dedo e misturadas com sabedoria e talento.

1 comments:

el.sa disse...

Agradeço as tuas palavras e o espaço de destaque que me ofereceste!

Um Feliz Ano 2008!!

Beijinhos gratos***