Sócrates está a gozar-nos, descaradamente. Tira-nos o pão e dá-nos mais circo, em contrapartida. Sempre mais circo, que o povo gosta mesmo é de palhaços. Mas os palhaços somos nós, afinal. E por fim, não contente com o espectáculo, ainda nos dá os parabéns. Por nos deixarmos amestrar tão facilmente? Por conseguirmos viver no arame? Ou num trapézio sem rede? Ou, talvez, na jaula dos leões? Parabéns porquê, afinal de contas?? Vinde, formosas damas e distintos cavalheiros. É entrar, é entrar, nesta tenda dos milagres! Por causa da contenção de despesas, o espectáculo é à luz das velas. Até a luz ao fundo do túnel foi apagada. Mas assim até é mais romântico...
quinta-feira, 11 de outubro de 2007
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
10 comments:
Bem... eu sinto-me mais uma leoa enjaulada neste circo da treta. Maltratada devido à contenção de despesas, negligenciada por incompetência e cada vez mais zangada ao ponto de um dia destes ser capaz de atacar quem se meter no meu caminho para fugir deste circo e voltar a ser livre :)
Não és a única, AQ...
A arrogência atingiu limites perigosos, e a única sorte dos nossos governantes é a nossa eterna passividade. Infelizmente somos assim.
Já lá dizia o O'Neill, falando no País Relativo:
"País engravatado todo o ano e a assoar-se na gravata por engano (...). Já sabemos, pois, que és um homenzinho (...). País dos gigantones que passeiam a importância e o papelão, inaugurando esguichos no engonço do gesto e do chavão. E ainda há quem os ouça, quem os leia, lhes agradeça a fontanária ideia!"
beijinhos
Sócrates, o eucalipto, semeia o deserto. Há tiques perigosos, muito embora também tenham sido feitas coisas necessárias. Mas tão aflitiva como os defeitos de quem governa é a falta de qualidade de quem se opõe... que alternativa?
Não podia concordar mais com o Pedro... o maior desespero é mesmo não parecer haver espectáculo alternativo. Temos circo ou mais do mesmo, é muito triste!
A princípio acreditei, Pedro. E também acho que foram feitas coisas importantes embora impopulares, que era preciso serem feitas. Exactamente por sermos tão dóceis e amorfos (só acordamos em casos extremos) precisamos realmente de ter quem nos governe com algum pulso. Mas o perigo dessas personalidades é a arrogãncia e é o que está a acontecer, infelizmente. O pior é o exemplo, a somar a uma perigosa indiferença pelas pessoas, enquanto Gente. Quando os objectivos são feitos só de números, dá nisto.
Esqueci-me de referir que tens toda a razão quanto às alternativas, que são nulas. E isso é um convite ao totalitarismo.
O que é ainda mais grave, é que há quem goste de seguir estes maus exemplos. Um pouco de poder serve para criar o desejo de imitar o mestre.
O país está dividido entre os incultos maus e os incultos que aspiram a ser maus.Depois há os outros que são uma minoria.
Tenho receio do que possa vir a acontecer. A história mostra-nos que momentos como este que estamos a passar não conduzem a nada de bom. Por razões diversas, a cegueira tomou conta dos portugueses.
"Portugal, hoje és nevoeiro"
Quando será a hora?
Ando completamente passada com a atitude deste governo, tal como a Ana referiu algumas medidas impunham-se, mas o autoritarismo é inadmíssivel. O pior é que há quem defenda...
Bjs
Anónimo: Talvez falte "cumprir-se Portugal"...
:)
Leonor: Mesmo em democracia, as maiorias levam à arrogância, infelizmente. E a arrgância tende, inevitavelmente, para o autoritarismo. Não há mesmo sistemas perfeitos, não é? Ou então somos nós, humanos, que somos imperfeitos a aplicá-los.
Bjs
Enviar um comentário