quinta-feira, 11 de outubro de 2007

O nada



Mínimo sou.
Mas quando ao nada empresto
a minha elementar realidade
o nada
é só o resto.

(Reinaldo Ferreira)

2 comments:

Anónimo disse...

Para esta porta do vento, respondo com um poema do mesmo autor, sobre o vento:

'O essencial é ter o vento.
Compra-o; compra-o depressa,
A qualquer preço.
Dá por ele um princípio, uma ideia,
Uma dúzia ou mesmo dúzia e meia
Dos teus melhores amigos, mas compra-o.
Outros, menos sagazes
E mais convencionais,
Te dirão que o preciso, o urgente,
É ser o jogador mais influente
Dum trust de petróleo ou de carvão.
Eu não:
O essencial é ter o vento.
E agora que o Outono se insinua
No cadáver das folhas
Que atapeta a rua
E o grande vento afina a voz
Para requiem do Verão,
A baixa é certa.
Compra-o; mas compra-o todo,
De modo
Que não fique sopro ou brisa
Nas mãos de um concorrente
Incompetente.'

beijinhos

ana v. disse...

Maravilhoso, Sofia.
Este podia ser o hino deste blog. Obrigada!

beijos
ana