terça-feira, 2 de outubro de 2007

Macho Man



Há homens que não casam: tomam posse.

11 comments:

Anónimo disse...

É verdade, muitas vezes. Mesmo quando eles, os homens, julgam ou acham que isso não sucede.

Mas não será verdade, também, que - salvo casos, dificilmente ultrapassáveis - tal só é possível porque as mulheres aceitam, melhor ou pior, o termo de posse que lhes é dado assinar?

Anónimo disse...

G O S T E I :) :) :)

Manel

ana v. disse...

Grande verdade, Simone. Salvo algumas excepções, na maioria das vezes as mulheres alinham na tomada de posse. E nem se importam muito, porque acham que as contrapartidas compensam. Há gostos para tudo, não é?

E seja bem vinda.

African Queen disse...

Ainda há disso? Digo, gente que se casa? :)

Anónimo disse...

Há, pois! E são estes, quase sempre...
:)

Lord Broken Pottery disse...

Ana,
Infelizmente eles existem. Infelizmente, tembém, existem mulheres que se prestam a esse papel.
Beijão

Anónimo disse...

Tenho para mim que amar alguém e querer ser seu dono são coisas incompatíveis.

Dito isto, como resolver o paradoxo de o amor ser, em certa medida, uma forma de posse, uma forma de ter alguém e ser de alguém (de tal forma que o consumamos - os que! - num acto a que alguns chamam «possuir»)?

O problema está no desejo de posse. Porque o «ser de alguém» inerente ao amor, o «seres minha» ou «ser teu», não se quer, reivindica ou concede. Está lá. Só quem não vê isto é que procura tomar posse ou ser don@ d@ outr@.

O medo de não ter alguém a 100% ou de perdê-l@ pode empurrar-nos para uma gesta inglória por uma posse d@ amad@ como objecto (por oposição à posse amorosa, de que amb@s são sujeit@s). E incensad@s nessa busca ciclópica e ilegítima, com grande potencial para gerar sofrimento, passamos ao lado da posse recíproca e nunca proclamada que nos oferece o amor e à qual, se amarmos, nos oferecemos também. Essa é muito mais bonita, vem sem luta e o que é preciso é não estragá-la!

PS: Ana, acho que fugi um pouco ao sentido que deste à frase, mas, casados ou não, o certo é que há homens (maioritariamente) e mulheres que tomam ou querem tomar posse daqueles que amam (amam?).

ana v. disse...

Querido Pedro,
É sempre muito bom ver alguém da tua geração defender acaloradamente a utupia da perfeição nas relações humanas. Sabendo que irás provavelmente desiludir-te, espero que seja o mais tarde possível na tua vida. Ou nunca, se isso for possível (sabes que eu também gosto dos improváveis, e até acho que alguns são viáveis).
Mas tens razão numa coisa: o amor é generoso por natureza, quer a felicidade do outro acima de tudo (mesmo à custa da sua própria felicidade). É a paixão que é egoísta e duma exigência muitas vezes suicida, e por isso se consome a si própria rapidamente. Mas é assim mesmo, ou não seria paixão.
Apesar de tudo isto, o desejo de posse dos apaixonados deriva da insegurança, e essa insegurança é humana e natural. Errada, fatal muitas vezes, mas natural.
Muito pior é o sentimento de posse de que falo neste post, que não tem nada a ver com amor ou com paixão. Tem a ver com modelos ancestrais de uma suposta superioridade masculina, que "autoriza" alguns homens a julgarem-se donos das mulheres com quem casam. Conheço muitos casos desses, e fico muito contente por ver que as novas gerações se estão a livrar desses tiques medievais.
E verdade seja dita, também há mulheres que se consideram donas dos maridos. Enfim, tudo isto existe. (Tudo isto é triste, tudo isto é fado...)

Um beijinho e desculpa a "lição" da cota.
Ana

Anónimo disse...

Querida Ana, porque és mesmo querida:

Não aceito desculpas pela «lição», porque só quem é burro é que não gosta de aprender. Venham elas!

Achas que defendi a perfeição das relações humanas? Bom, talvez seja ainda muito verde ou talvez a vida me ande a tratar demasiado bem. A verdade é que, longe de aspirar a relações perfeitas (o que é isso?), prefiro deixá-las correr. A felicidade, felizmente (passe a cacofonia), não exige perfeição. Sábio é quem consegue - nem sempre é fácil - obter felicidade das pequenas perfeições que polvilham as nossas imperfeitas vidas.

Quanto à paixão, quanto mais tarde morrer, melhor. Mas tanto melhor quanto mais cedo alcançarmos o equilíbrio entre ela e o amor, que pode ser igualmente desgarrado mas tem outro ritmo, mais «vivível».

Outro beijinho

ana v. disse...

Nem mais, Pedro! Sabes mais da vida do que eu, afinal.
Só posso acrescentar o seguinte: só os idiotas podem aspirar a um estado de felicidade permanente. Para o resto da humanidade, que vive "neste mundo", a felicidade é feita de momentos (mais ou menos longos) que nos permitem respirar e aguentar os outros, onde ela não está.

Mais um

Anónimo disse...

Mais do que tu, duvido... talvez mais do que por vezes aparento. Mas quem nunca se portou um dia como se soubesse menos da vida do que na realidade sabe?

E o "mais um" passa a dois!