quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Enzima da amizade

Este post é uma gracinha especial para a minha amiga Regine Limaverde, cientista e poeta do Brasil, que me escreveu agora mesmo da Suécia. E que vem a Portugal de passagem, por um dia só, antes de voltar para casa.
Cá te espero, querida. Tudo a postos para te receber: até uma passadeira vermelha já encomendei, de Lisboa ao Estoril...
Enzima

Existe uma enzima
dentro de mim.
Sendo enzima
quebra e constrói
e sua ausência
em meu peito dói.

A baixo pH
poderá se desnaturar
não quero que isto
aconteça.
Nesse sentido
hei de trabalhar.

Minha enzima
me enche de poesia.
Tece laços energéticos,
ataca pontos estratégicos,
me ilumina, me fermenta.
Com ela eu rio,
de tristezas esqueço.
Sinto que vôo, cresço.

Ela não requer
energia de ativação,
o meu coração basta
para iniciar a reação.

Não tem porção metálica.
Não precisa de cofator.
Ela foi feita sob medida
à base de muito amor.

É eterna, não se acaba,
é única
e é rara.
E me é muito cara.

É. Existe uma enzima
dentro de mim
e eu amo
essa enzima.

(Regine Limaverde)

PS: Gostou da surpresa, amiga?

5 comments:

João Paulo Cardoso disse...

Além de talentosa, parece uma amiga com tudo "enzima"!!

Humor tipo Fernando Mendes.
Susceptível de provocar lesões crebrais.

Beijos.

Anónimo disse...

Ah, voltámos ao normal!!
Baixou o nível das hormonas, subiu o do humor. Assim está melhor... :)

Anónimo disse...

o comentário anterior é meu.
ana

Ricardo António Alves disse...

O poema é adorável.

ana v. disse...

é mesmo, e a poeta também.